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Micróbios do seu corpo continuam vivos depois que você morre

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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CDC/Unsplash
CDC/Unsplash

Cada pessoa conta com u ma comunidade complexa de trilhões de microrganismos que são importantes para a saúde. Mas o que acontece com esses aliados simbióticos depois que você morre? Essa foi a questão que moveu um estudo publicado na revista científica Ecological Processes, no início de setembro.

Na ocasião, a equipe provou que não só os micróbios continuam a viver depois que a pessoa morre, como também desempenham um papel importante na decomposição do corpo para que uma nova vida possa florescer.

Conforme explicam os cientistas, quando um ser humano morre, o coração para de circular o sangue que transportava oxigênio por todo o corpo e as células privadas de oxigênio começam a se digerir em um processo chamado autólise.

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As enzimas nessas células começam a trabalhar nas membranas, proteínas e outros componentes, e os produtos dessa degradação celular servem como alimentos para as bactérias em questão. Sem o sistema imunológico para mantê-las sob controle e sem um suprimento constante de alimentos do sistema digestivo, elas recorrem a essa nova fonte de nutrição.

O que acontece com os micróbios após a morte de uma pessoa

As bactérias do intestino se espalham pelos órgãos e digerem de dentro para fora num processo chamado putrefação. O estudo também diz que, do ponto de vista evolutivo, faz sentido que os micróbios tenham desenvolvido formas de se adaptarem a um corpo moribundo: elas precisam abandonar o hospedeiro antigo e sobreviver no mundo o tempo suficiente para encontrar um novo corpo para colonizar.

Com isso, aproveitam o carbono e os nutrientes do corpo, o que permite aumentar a população de bactérias — isso porque, quanto maior a população, maior a probabilidade de ter sobreviventes que encontrem, com sucesso, um novo corpo.

Quando o corpo humano é enterrado, as bactérias que habitam nele se deparam com um ambiente totalmente novo e encontram uma comunidade nova no solo. Diferente do corpo, o solo é um lugar particularmente difícil para se viver, uma vez que é ambiente altamente variável em questão de temperatura e nutrientes.

Micróbios agem na reciclagem de detritos

Até então, o comum era presumir que os micróbios morrem quando estão fora do corpo. No entanto, os estudos mostraram que eles não estão apenas vivendo no solo, mas também cooperam com os micróbios nativos do solo para ajudar a decompor o corpo.

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Os micróbios decompositores convertem os conjuntos concentrados de moléculas orgânicas ricas em nutrientes do nosso corpo para sustentar uma nova vida.

Conforme conclui o estudo, o fato de os nossos próprios micróbios desempenharem um papel importante neste ciclo é uma forma microscópica de "vivermos após a morte".

Fonte: Ecological Processes

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