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Menino de 11 anos morre de hantavirose após ser mordido por rato silvestre em SC

Por| Editado por Luciana Zaramela | 21 de Setembro de 2022 às 11h54

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Wagner Machado Carlos Lemes/CC-BY-2.0
Wagner Machado Carlos Lemes/CC-BY-2.0

Um garoto de 11 anos morreu de hantavirose em Urubici, Santa Catarina, após ser mordido por um rato silvestre. O óbito ocorreu no dia 7 de setembro, mas a confirmação da doença foi concluída apenas na última sexta-feira (16). O infante vivia na parte rural do município, onde a Vigilância Epidemiológica local monitora outros 18 casos suspeitos, aguardando apenas a conclusão de exames em Florianópolis.

A Secretaria Municipal de Saúde da cidade alerta para um número crescente de ratos silvestres na Serra catarinense, afirmando que Urubici está em alerta. Os gêneros de roedor que carregam o hantavírus e cuja população aumentou são Akodon e Oligoryzomys; o evento pode estar ligado à floração da taquara cará (Chusquea mimosa australis), do final do verão, segundo a Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive).

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Em Santa Catarina, só neste ano, já foram confirmados 6 casos da doença, dos quais 4 levaram os pacientes a óbito. As mortes ocorreram nas cidades de Agronômica e Lontras, que ficam no vale do Itajaí, e em Caçador, no oeste do estado. Causada pelo hantavírus, a hantavirose é uma síndrome cardiopulmonar que pode levar à morte em 72 horas. Santa Catarina vê casos da patologia desde 1999.

Sintomas da hantavirose

Segundo informações da Dive, a infecção pelo hantavírus pode apresentar os seguintes sintomas:

  • Febre;
  • Náusea e vômitos;
  • Cefaleia (dor de cabeça);
  • Dor abdominal e no corpo;
  • Tosse seca;
  • Diarreia.
  • Caso a doença evolua, pode acabar causando falta de ar intensa, cansaço, sonolência e pressão baixa. Nesse estágio, a chance da hantavirose ser fatal é muito alta.
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Sintomas como os aqui relatados podem demorar até 60 dias após o comportamento de risco para se apresentar, e é recomendado, pela Dive, que um médico seja procurado logo ao identificá-los.

Transmissão da hantavirose

O vírus em questão é eliminado pelos ratos silvestres nas fezes, urina fresca e saliva, e costuma infectar humanos pela inalação de aerossóis dessas substâncias misturados à poeira. A mordida dos roedores também pode transmitir a doença, como no caso do menino de Urubici. Mais comum no meio rural, o risco de contrair a doença é maior para agricultores, pescadores e trabalhadores do campo no geral.

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Para evitar a transmissão, algumas medidas podem ser tomadas:

  • Evitar contato com ratos silvestres e seus excrementos;
  • Lavar pratos e utensílios de cozinha logo após o uso;
  • Colocar a comida em sacos ou caixas fechadas a 40 cm do chão, evitar deixar restos caídos;
  • Coletar e descartar o lixo corretamente;
  • Plantar milho e grãos diversos longe de casa;
  • Limpar bem as áreas ao redor da residência, de galpões, paióis e alojamentos, retirando entulhos;
  • Manter locais onde animais vivem limpos e sem restos de comida;
  • Não descansar em locais fechados, especialmente com grãos ou restos de comida;
  • Antes de limpar um local fechado, ventile-o por ao menos 1 hora antes;
  • Depois da ventilação, umedecer o local com água sanitária a 10% (1 parte de água sanitária para 9 de água) e aguardar 1 hora antes de limpar.

A Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina emitiu uma nota de alerta a todos os serviços de saúde locais sobre a situação, já que a grande área de Mata Atlântica contém muitos espécimes de taquara cará, habitat dos roedores silvestres vetores da doença. O risco segundo a Dive, é de que o aumento populacional do animal possa acabar se estendendo para outras regiões do estado.

Fonte: Dive via G1