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Massa de células cerebrais aprende a jogar o clássico Pong em laboratório

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Emmaloola/Pixabay
Emmaloola/Pixabay

Pesquisadores australianos ensinaram uma massa de células cerebrais, sobre uma placa de Petri — uma espécie de prato de vidro ou de plástico — no laboratório, a jogarem o clássico videogame Pong, da Atari. Liderado pela startup australiana Cortical Labs, o experimento criou uma espécie de "cérebro ciborgue" e permitiu que as células se "sentissem" como parte do jogo.

A startup de biotecnologia usou entre 800 mil a um milhão de células cerebrais humanas vivas durante o experimento, o que deu origem a este cérebro ciborgue. Segundo os pesquisadores da Cortical Labs, as células do experimento conseguiram aprender a jogar Pong mais rápido do que a Inteligência Artificial (IA).

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O estudo que testa os limites das células cerebrais foi publicado na plataforma virtual BioRxiv e ainda não foi revisado por outros pares.

Células cerebrais gamers

"Aproveitar o poder computacional de neurônios vivos para criar inteligência biológica sintética (SBI), antes confinado ao reino da ficção científica, agora, está tentadoramente ao alcance da inovação humana", afirmam os pesquisadores, no artigo.

Para possibilitar esta partida histórica de Pong, os cientistas desenvolveram um sistema chamado de DishBrain. Este consiste em uma placa de Petri com células cerebrais — de origem humana ou proveniente de roedores —, cultivadas sobre uma matriz de microeletrodos capazes de estimular e detectar novos sinais elétricos.

A criação é um tipo de chip híbrido biotecnológico. Como as células são cultivadas em matrizes microeletrônicas, os pesquisadores conseguem estimulá-las com pulsos elétricos. Dessa forma, elas conseguem aprender e também podem se reestruturar para se adequar a alguns possíveis problemas.

No experimento, o sistema com células humanas levou cerca de 5 minutos para aprender o objetivo do jogo. De acordo com a Cortical Labs, IAs levam pelo menos 90 minutos para aprender a jogar.

Versão simplificada do Pong

Vale explicar que, no estudo, foi usada uma versão simplificada do Pong. Isso porque o cérebro ciborgue não tinha um oponente direto. No esquema, um sinal era enviado para a direita ou esquerda da matriz para indicar onde a bola estava, e os neurônios das células cerebrais enviavam sinais de volta para mover a raquete.

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Segundo os pesquisadores, as células cerebrais "acreditavam" fazer parte do mundo virtual, enquanto jogavam o clássico da Atari. Mais especificamente, as células pensavam ser a raquete do jogo. Agora, novos experimentos devem testar o limite da capacidade do sistema DishBrain.

Para lembrar como era este jogo clássico da Atari, assista ao vídeo a seguir:

Fonte: BioRxiv e New Scientist