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Março lilás: vacina do HPV reduz até 90% dos casos de câncer de colo de útero

Por| Editado por Luciana Zaramela | 13 de Março de 2023 às 20h25

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JoPanwatD/Envato
JoPanwatD/Envato

No Brasil, março lilás é marcado pela campanha de conscientização e enfrentamento ao câncer de colo de útero, doença altamente comum entre as mulheres. Neste ano, cerca de 17 mil serão diagnosticadas com este tipo de tumor, segundo estimativa do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Além do exame papanicolau, uma estratégia importante para impedir novos casos é a vacinação contra o HPV (papilomavírus humano).

Para entender a importância da vacinação contra o HPV, cabe destacar que sete em cada 10 casos de câncer de colo de útero são causados por este vírus, tornando a maioria dos quadros preveníveis. Além disso, o HPV causa nove em cada 10 casos de câncer de ânus e está relacionado a neoplasias malignas no pênis, vagina, vulva, boca e garganta.

Vacina contra o HPV evita 90% dos casos de câncer de útero

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Para aumentar a proteção contra o HPV, começa a chegar ao Brasil um novo imunizante a clínicas de saúde e hospitais particulares: a vacina Gardasil 9, desenvolvida pela MSD Brasil. Esta é uma fórmula nonavalente que protege contra nove diferentes tipos do vírus (6, 11, 16, 18, 31, 33, 45, 52 e 58), autorizada para o uso em pessoas de 9 a 45 anos.

Segundo a bula aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a vacina nonavalente pode evitar até 90% dos casos de câncer de colo de útero entre os imunizados, além da proteção secundária contra os outros tumores associados com a infecção sexualmente transmissível (IST). Por causa dessa redução de risco, o uso também é indicado para homens, além das mulheres.

Quantas doses são necessárias?

"Para concluir o ciclo vacinal e ter a cobertura correta, é necessário tomar as três doses, com a primeira dose realizada na data escolhida, a segunda dose com dois meses de intervalo e a terceira aplicação deve ocorrer quatro meses após a segunda dose”, explica André Almeida, head da Tecnocold Vacinas, em comunicado.

Imunizantes tetravalente é aplicados no SUS

Além da nova vacina Gardasil 9, o Sistema Único de Saúde (SUS) aplica um outro imunizante, de forma gratuita, em grupos de risco para a doença. No entanto, a fórmula disponível é tetravalente, ou seja, protege contra os quatro subtipos mais comuns do HPV (6, 11, 16 e 18). O esquema vacinal completo também envolve três doses, mas o intervalo é maior.

Através do SUS, os seguintes grupos podem ser vacinados contra o HPV:

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  • Meninas de 9 a 14 anos;
  • Meninos de 11 a 14 anos;
  • Imunossuprimidos de 9 a 45 anos, incluindo os que vivem com HIV/aids, transplantados e pacientes oncológicos.

Além disso, o Instituto Butantan está desenvolvendo um novo imunizante de mRNA (RNA mensageiro) que, futuramente, poderá ser incorporado no SUS. Por enquanto, os testes da potencial fórmula estão na etapa pré-clínica, sem envolver voluntários humanos.

Quando é melhor receber a vacina contra o HPV?

De forma ideal, a vacinação contra o HPV deve ser feita entre a infância e a adolescência, sempre antes do início da vida sexual daquele indivíduo — quando o risco de exposição ao vírus é maior. “A vacinação de meninas e meninos contra o HPV é um avanço significativo no caminho para a erradicação do câncer de colo de útero, mas ainda é recente. Há uma geração inteira de mulheres, hoje em idade adulta, que não tiveram acesso à vacina quando adolescentes”, explica Marcia Datz Abadi, diretora médica da MSD Brasil.

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No entanto, pessoas mais velhas ainda podem se beneficiar da imunização. “Em mulheres até 30 anos, mesmo aquelas que já trataram lesões causadas pelo HPV, estudos clínicos mostraram redução de até 80% no risco de novas lesões ou reinfecções após a vacinação. Em mulheres até 45 anos, também observamos benefícios", acrescenta Abadi sobre os efeitos da fórmula nonavalente.

Baixa cobertura vacinal contra o HPV no Brasil

Apesar dos inúmeros benefícios da imunização contra o HPV, o Brasil tem uma baixa cobertura vacinal histórica contra o vírus. Segundo a Agência Brasil, em 2022, apenas 58,29% dos menores de idade que compõem o grupo alvo da imunização receberam duas doses da fórmula. Entre os meninos, a porcentagem é ainda menor, sendo de 38,2%. Para impedir casos de câncer preveníveis no futuro, esta tendência precisa ser revertida.

Fonte: Com informações: Agência Brasil e Anvisa