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Jovens com tendência a transtorno bipolar apresentam fracas conexões cerebrais
Jovens com tendência a transtorno bipolar apresentam conexões cerebrais mais fracas. A informação vem de um estudo publicado na revista científica American Journal of Psychiatry na última segunda-feira (28). Para chegar a isso, especialistas da UNSW Sydney (Austrália) e da Newcastle University (Reino Unido) analisaram 183 adolescentes com a predisposição genética.
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Esses 183 adolescentes tinham pelo menos um parente direto (pais ou irmãos) diagnosticado com o transtorno, e foram acompanhados ao longo de dois anos, com a realização frequente de ressonância magnética. Depois que esse período passou, os cientistas fizeram a comparação entre as informações desses jovens e os dados de um grupo de pessoas sem risco genético de adquirir o transtorno.
Em 97 integrantes desse grupo com alto risco genético de transtorno bipolar, os pesquisadores notaram uma diminuição na conectividade entre as regiões do cérebro dedicadas ao processamento de emoções. No outro grupo, a impressão foi contrária: 86 pessoas sem histórico familiar de doença mental mostraram fortes conexões neurais entre essas mesmas regiões.
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No artigo, os pesquisadores escrevem que saber o que realmente acontece no cérebro dos adolescentes conforme a idade adulta se aproxima pode ajudar no desenvolvimento de novas estratégias de intervenção para reduzir o impacto do transtorno. Na opinião dos autores, o estudo ilustra como os avanços na tecnologia podem trazer melhorias na maneira como as doenças mentais são vistas e tratadas.
“Este estudo é um passo importante para identificar pessoas propensas a desenvolver transtorno bipolar antes que desenvolvam sintomas incapacitantes e estressantes do transtorno. Isso aproximaria a psiquiatria de outros ramos da medicina onde os testes de triagem fazem parte do tratamento padrão”, escrevem os médicos.
O que é transtorno bipolar?
O transtorno bipolar é sinônimo de graves alterações de humor, e se manifesta na forma de impulsividade, euforia, energia e excitação (o que é chamado de hipomania) com episódios depressivos e perda do interesse em atividades que antes traziam prazer. Em casos mais sérios, o transtorno pode até mesmo acarretar pensamentos suicidas.
Os sintomas do transtorno bipolar podem ser difíceis de identificar em crianças e adolescentes, mas os sinais mais proeminentes de nesse público podem incluir alterações de humor muito mais rápidas. Além de ter um parente de primeiro grau diagnosticado com o transtorno, como um pai ou irmão, os fatores de risco envolvem períodos de alto estresse, como a morte de um ente querido ou outro evento traumático, além do abuso de drogas ou álcool.
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