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Japoneses descobrem por que fêmeas vivem mais que machos

Por| Editado por Luciana Zaramela | 19 de Junho de 2024 às 08h10

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Freepik
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Por que fêmeas tendem a viver mais tempo que os machos? Essa foi a questão que serviu de início para um estudo da Universidade de Osaka (Japão) publicado na revista Science Advances no último dia 12. Os cientistas perceberam que essa diferença na expectativa de vida acontece por causa de células chamadas germinativas, que se desenvolvem nos óvulos e espermatozóides. 

O experimento mostrou que remover essas células ajuda a equilibrar a expectativa de vida, tornando a dos machos mais comprida e a das fêmeas mais curta.

Para chegar a essa descoberta, os japoneses estudaram peixes da espécie Nothobranchius furzeri, que atinge a maturidade sexual em duas semanas e vive por alguns meses.

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Esse animal foi escolhido justamente porque o processo de envelhecimento é semelhante ao dos humanos, então a pesquisa pode servir como ponto de partida para a compreensão do controle do envelhecimento das pessoas.

Células germinativas

A equipe mostrou que a interrupção da produção de células germinativas, que se transformam em espermatozóides ou óvulos, levou a que os machos vivessem mais e as fêmeas morressem mais cedo do que o habitual, essencialmente eliminando a diferença de esperança de vida.

“Depois de remover as células germinativas, os killifish machos viveram mais do que o normal e a expectativa de vida das fêmeas tornou-se mais curta”, explica o autor principal, Kota Abe, em comunicado. “Queríamos entender como as células germinativas poderiam afetar homens e mulheres de maneira tão diferente. Nosso próximo passo foi investigar os fatores responsáveis.”

A equipe descobriu que a sinalização hormonal era muito diferente nas fêmeas e nos machos. Killifish fêmeas sem células germinativas tiveram significativamente menos sinalização de estrogênio, o que pode encurtar a expectativa de vida, aumentando o risco de doenças cardiovasculares.

Expectativa de vida de machos e fêmeas

As fêmeas também tiveram significativamente mais sinalização do fator de crescimento, ao mesmo tempo que a ausência dessas células suprimiu sinais importantes no corpo para manter a saúde e retardar o envelhecimento.

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Já os killifish machos sem células germinativas melhoraram a saúde muscular, da pele e dos ossos, e tiveram um aumento na sinalização de vitamina D nos seus músculos e pele.

“Quando administramos vitamina D ativa, descobrimos que a expectativa de vida de machos e fêmeas foi significativamente prolongada, sugerindo que a sinalização da vitamina D proporciona benefícios à saúde em todo o corpo”, diz o co-autor Tohru Ishitani. “Nosso trabalho sugere que a sinalização da vitamina D pode influenciar a longevidade".

Fonte: Science Advances, Osaka University