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Ivermectina não reduz risco de hospitalização por covid, diz estudo feito no BR

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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moovstock/envato
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A ivermectina, vermífugo que costuma ser prescrito para a eliminação de parasitas, esteve associada ao tratamento off-label contra covid-19 desde o início da pandemia. Alguns estudos preliminares chegaram inclusive a sugerir o uso para o tratamento da infecção. No entanto, pesquisas mais completas, como a feita no Brasil, apontam que o medicamento não tem eficácia para reduzir o risco de hospitalização da doença.

Publicado na revista científica New England Journal of Medicine (Nejm), o estudo que investigou potenciais benefícios do uso da ivermectina contra a covid-19 foi desenvolvido por pesquisadores brasileiros, como membros da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais e Universidade Federal de Ouro Preto. Além disso, a pesquisa, que é parte da iniciativa TOGETHER, contou com a colaboração de cientistas da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, e da Universidade Monash, na Austrália.

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Segundo os autores do estudo, "o tratamento com ivermectina não resultou em menor incidência de internações médicas por progressão da covid-19" em pacientes ambulatoriais, que foram diagnosticados precocemente com a infecção do coronavírus SARS-CoV-2.

"A identificação de terapias baratas, amplamente disponíveis e eficazes contra a covid-19 é de grande importância. O reaproveitamento de medicamentos existentes que estão amplamente disponíveis e que têm perfis de segurança razoavelmente bem compreendidos têm apelo", de acordo com os pesquisadores. No entanto, este não é o caso da ivermectina.

Estudo sobre ivermectina

Para verificar se o remédio apresentava alguma eficácia contra a covid, os cientistas organizaram um estudo duplo-cego, randomizado e controlado por placebo. Em outras palavras, esta é uma das formas mais completas de se investigar e encontrar evidências sobre um medicamentos. A equipe já analisou o uso de outras fórmulas com o mesmo rigor científico.

Tratados entre março e agosto de 2021, os voluntários foram selecionados em 12 unidades de saúde do país. Para serem incluídos no estudo, os pacientes, com mais de 18 anos, deveriam se enquadrar nos três seguintes critérios:

  • Os sintomas da covid-19 deveriam estar no início (menos de 7 dias do diagnóstico);
  • Os pacientes deveriam apresentar pelo menos um fator de risco para a progressão da doença;
  • A pessoa não poderia estar assintomática.

No total, mais de 10,4 mil pacientes ambulatoriais foram selecionados para inclusão no estudo. Desses, 1.358 pacientes foram aleatoriamente designados para receber ivermectina (679 pacientes) ou placebo (679 pacientes). Além disso, outros 2,1 mil pacientes foram aleatoriamente designados para outros tipos de tratamentos investigados pela iniciativa TOGETHER.

"Neste estudo randomizado, a administração de ivermectina não resultou em menor incidência de internação hospitalar", completam os autores.

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Fonte: Nejm