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Limitar ingestão de isoleucina prolonga vida

Por  • Editado por Luciana Zaramela |  • 

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Louis Hansel/Unsplash
Louis Hansel/Unsplash

Os aminoácidos são os blocos de construção molecular das proteínas, fundamentais para a saúde de qualquer indivíduo. No entanto, cientistas da Universidade de Wisconsin–Madison, nos EUA, apontam que uma dieta com excesso de isoleucina, um conhecido aminoácido essencial, pode ser prejudicial. É o que se verifica em pesquisa com roedores.

Publicado na revista científica Cell Metabolism, o estudo com camundongos revela que ingerir menos isoleucina aumenta o tempo de vida. Também é associado com a perda de peso, menor fragilidade muscular e redução no risco de câncer. Entre os machos, o controle na ingestão deste aminoácido foi associado com menos problemas de saúde envolvendo a próstata.

Vale pontuar que a isoleucina pode ser encontrada em diferentes tipos de alimentos, o que inclui carne (independente do animal de origem), laticínios, proteína de soja e ovos.

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Dieta controlada de aminoácidos

No experimento, os pesquisadores norte-americanos testaram o uso de três tipos de ração para alimentar os camundongos: dieta balanceada padrão, dieta com baixo teor de um grupo de 20 aminoácidos e dieta com menos de dois terços de isoleucina — nesta última, os outros aminoácidos estavam em valores normais. Os roedores tinham cerca de 6 meses. Em comparação com os humanos, seria o equivalente a ter 30 anos.

“Muito rapidamente, vimos os ratos com dieta pobre em isoleucina perderem adiposidade, ou seja, os seus corpos ficaram mais magros e perderam gordura”, afirma Dudley Lamming, professor da universidade e um dos autores do estudo, em nota. Entre os que comeram menos aminoácidos, eles inicialmente emagreceram, mas logo recuperaram o peso e a gordura.

Além disso, os camundongos que ingeriram menos isoleucina viveram mais. Em média, 33% mais tempo de vida útil para os machos e 7% mais para as fêmeas. Em paralelo, foram considerados em melhor forma, inclusive do ponto de vista da resistência muscular. Os níveis de açúcar no sangue eram mais estáveis e o risco de câncer foi reduzido.

Curiosamente, os animais alimentados com menos isoleucina ingeriam diariamente mais calorias e, mesmo assim, tinham menor peso. Por enquanto, os cientistas não sabem dizer o porquê, mas a explicação pode estar em mudanças no metabolismo geradas pela dieta.

Isoleucina em humanos

Anteriormente, os pesquisadores descobriram que em pessoas com obesidade e, consequentemente, alto Índice de Massa Corporal (IMC) tendem a ter níveis mais elevados de isoleucina que o observado em pessoas consideradas magras.

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É fácil pensar que reduzir o nível de isoleucina pode implicar na perda de peso para estes indivíduos, mas a realidade é mais complexa — os estudos clínicos ainda precisam ser feitos. Outra questão é que ter esse aminoácido na dieta é fundamental para a saúde, então, ele não pode ser simplesmente eliminado.

Além disso, controlar os níveis diários de ingestão é muito mais difícil ao longo de refeições diversificadas como as que são feitas por humanos do que em um fórmula industrializada de ração para animais.

Fonte: Cell Metabolism e Universidade de Wisconsin–Madison