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Insetos sentem dor e prazer?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 21 de Junho de 2023 às 21h00

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Dmitry Grigoriev/Unsplash
Dmitry Grigoriev/Unsplash

Insetos podem sentir dor e prazer? Essa é uma questão que tem sido levantada por muitos cientistas ao longo dos anos. Muitos pensavam na dor como uma experiência consciente, sendo a consciência uma exclusividade dos humanos. Entretanto, as abelhas e alguns outros insetos já mostraram a capacidade de um comportamento inteligente que ninguém acreditava ser possível.

Para se ter uma noção, com treinamento, abelhas sabem diferenciar número par de ímpar! Outras pesquisas sugeriram que as abelhas procuram ativamente substâncias como nicotina e cafeína quando podem escolher e até se automedicam com nicotina quando estão doentes.

Enquanto isso, machos de mosca-da-fruta estressados por serem privados de oportunidades de acasalamento preferem alimentos que contenham álcool (naturalmente presentes na fermentação de frutas), e as abelhas até apresentam sintomas de abstinência quando desmamadas de uma dieta rica em álcool.

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Em estudo publicado na revista Science, pesquisadores fizeram um experimento em que abelhas foram treinadas para associar a uma recompensa. Isso conclui que, quando as abelhas são surpreendidas com uma recompensa, podem apresentar um comportamento que os humanos chamam de otimista. Esse estado tem relação com o neurotransmissor dopamina.

O comportamento em questão também as tornou mais resilientes a estímulos aversivos: as abelhas que receberam uma dose surpresa de açúcar se recuperaram mais rapidamente quando emboscadas por um predador falso.

Insetos sentem alegria? E dor?

Em experimento publicado na Animal Behaviour, pesquisadores confirmaram que as abelhas podem sentir algo parecido com o que os humanos reconhecem como alegria. Os cientistas treinaram o inseto para rolar bolinhas até uma área para obter uma recompensa de néctar.

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No decorrer do experimento, algumas abelhas rolavam as bolas mesmo quando nenhuma recompensa de açúcar estava sendo oferecida. Conforme apontam os próprios autores do estudo, parecia haver algo agradável na própria atividade.

Com isso em mente, os cientistas também tentaram entender o oposto: as abelhas sentem dor? Para saber isso, o grupo conduziu testes com estímulos moderadamente desagradáveis, em que os insetos poderiam escolher entre dois tipos de flores artificiais, uma aquecida e a outra não. As abelhas claramente evitaram o calor quando as recompensas para ambos os tipos de flores eram iguais.

No entanto, quando as recompensas nas flores aquecidas eram mais altas, as abelhas escolhiam pousar nelas, suportando o desconforto, o que sugere não se tratar de uma resposta automática e reflexa.

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Insetos lembram que foram feridos

Estudos também já permitiram perceber que abelhas e outros insetos também formam memórias de longo prazo sobre as condições em que foram feridos, pois contam com sensores especializados que detectam danos nos tecidos e estão conectados a regiões cerebrais que processam e armazenam outros estímulos sensoriais.

As evidências sugerem que esses insetos não são limitados por circuitos reflexos simples ao responder a estímulos nocivos, mas podem modificar suas respostas de acordo com as circunstâncias atuais.

Fonte: Scientific American, Science, Animal Behaviour, Advances in Insect Physiology