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Injeção de proteína pode ajudar a combater diabetes tipo 1, revela estudo

Por| Editado por Luciana Zaramela | 26 de Maio de 2021 às 08h30

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jcomp/Freepik
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Cientistas da Universidade Linköping, na Suécia, financiados pela empresa farmacêutica Diamyd Medical, acabam de apresentar resultados de um estudo que investiga um possível tratamento de imunoterapia contra a diabetes. De acordo com a pesquisa chamada DIAGNODE-2, que foi publicada na revista científica Diabetes Care, a injeção de uma proteína pode ser eficaz para combater essa doença.

Os estudos mostraram que injetar uma proteína chamada GAD65 (glutamato descarboxilase) nos linfonodos, conhecidos também como gânglios linfáticos, ajuda na preservação da produção de insulina no corpo, uma vez que um indivíduo com diabetes tipo 1 vive com o sistema imunológico atacando as células responsáveis por produzir a insulina.

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Quando essas células desaparecem, então, o corpo não consegue regular o nível de açúcar no sangue, obrigando o paciente a fazer a aplicação de insulina exógena até o fim da vida. Por isso, uma das questões mais investigadas pelos cientistas é se há como retardar ou interromper o ataque do sistema imunológico, entrando então a possível solução da injeção.

Segundo o estudo, a proteína glutamato descarboxilase é um dos alvos que o organismo tenta combater com anticorpos, e um dos autores do estudo, Johnny Ludvigsson, vem estudando há anos a busca por uma forma de o corpo tolerar a produção da proteína.

Estudos têm mostrado que mesmo uma produção extremamente baixa de insulina no corpo é altamente benéfica para a saúde de um paciente", explica Ludvigsson. "Pessoas com diabetes que produzem uma certa quantidade de insulina de forma natural não desenvolvem níveis baixos de açúcar no sangue, a hipoglicemia, de forma tão fácil", completa o cientista, dizendo ainda que esses pacientes têm menos chances de desenvolver a cetoacidose (produção de ácidos sanguíneos em excesso) com risco de morte, o que acontece quando não há insulina suficiente no corpo.

Metodologia do estudo

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Johnny Ludvigsson e sua equipe apresentaram na pesquisa os resultados de um estudo clínico de fase 2, que contou com a colaboração de 109 jovens com idades entre 12 e 24 anos com diabetes tipo 1 e que foram diagnosticados recentemente. Depois de administrarem a injeção, os cientistas mediram a produção natural de insulina no início do estudo e repetiram o processo 15 meses depois, analisando a mudança nos níveis de açúcar no sangue em longo prazo, além da quantidade de insulina suplementar que os pacientes precisavam repor diariamente.

A pesquisa também examinou diversas variantes do que é conhecido como genes HLA (Antígeno Leucocitário Humano), que codificam proteínas que ficam localizadas na superfície de algumas células. Os genes atuam como portadores de proteínas, as expondo às células do sistema imunológico. Então, se o fragmento da proteína exposta contiver bactérias, o sistema imune forma anticorpos para combater esse intruso.

Quando o sistema imunológico combate a própria substância do organismo, existe uma chance maior que alguns tipos de HLA aumentem os riscos de diabetes tipo 1. O estudo explica que a variante HLA-DR3-DQ2, por exemplo, que estava em cerca de metade dos participantes do estudo, expõe a proteína GAD65 às células do sistema imunológico e que pacientes que possuem essa variante acabam formando anticorpos contra a proteína ainda no início da doença.

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Em todo o grupo de pacientes que participaram do estudo, não houve diferença entre o tratamento placebo, enquanto com a injeção da proteína o resultado foi positivo em pacientes que tinham a variante HLA-DR3-DQ2, e esses indivíduos não perderam a produção de insulina de forma tão rápida quanto os outros voluntários. Por outro lado, naqueles que não tinham essa variante o efeito não foi significativo, mas também não foram registrados resultados negativos durante o estudo.

Johnny Ludvigsson diz que o tratamento aparenta ser promissor, simples e seguro, e que está ansioso para conduzir estudos maiores com a sua equipe. Você pode consultar a pesquisa neste link.

Fonte: Science Daily, EurekAlert