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Eficácia da CoronaVac é testada em pacientes imunossuprimidos no BR; entenda

Por| 26 de Fevereiro de 2021 às 18h10

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 CDC / Unsplash
CDC / Unsplash

Nesta semana, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) iniciaram uma nova pesquisa sobre a eficácia da vacina CoronaVac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac e pelo Instituto Butantan, em pacientes imunossuprimidos. Quando relacionada à COVID-19, a imunossupressão pode aumentar as chances de pacientes (com essa condição) desenvolverem casos mais graves da infecção causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2).

É possível que a imunização gerada pela vacina nos pacientes imunossuprimidos seja menor que a média em pacientes sem essa condição. Por isso é importante medir a eficácia da fórmula no grupo. Para conseguir isso, o estudo em desenvolvimento no Hospital das Clínicas (HC) deve contar com 1.525 voluntários imunossuprimidos e outras 542 pessoas no grupo de controle.

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Quais são os pacientes imunossuprimidos?

Entre os imunossuprimidos, a maioria dos pacientes tem doenças reumatológicas, além de pacientes que convivem com o vírus da AIDS, o HIV. Vale explicar que Imunodeprimidos são aqueles pacientes que os mecanismos normais de proteção do organismo contra infecções estão comprometidos por condições pré-existentes, como uma infecção crônica.

Em casos de infecção pelo coronavírus, esse tipo de paciente tem uma chance aumentada de óbito pela infecção, logo, deveria ser um grupo considerado como prioridade na hora de tomar a vacina, explica Eloísa Bonfá, diretora clínica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, em entrevista ao Jornal da USP.

Pesquisa da vacinação com pacientes imunossuprimidos

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“Este estudo vem de uma linha de pesquisa em que avaliamos pacientes com doenças reumatológicas, pacientes estes que têm uma resposta [imunológica] diminuída à infecção. A defesa está comprometida, então já avaliamos para a vacina da H1N1, para a da febre-amarela e, agora, para a COVID-19, algo que pouco se conhece, estamos com o interesse ainda maior, considerando que os pacientes imunossuprimidos não foram considerados pacientes prioritários na vacinação”, explica Bonfá.

Com o grupo de pesquisa recebendo a primeira dose da vacina CoronaVac, o próximo passo será a segunda aplicação em março. Depois disso, os voluntários passarão a ter acompanhamento para verificar qual será a resposta imunológica após a vacinação completa. Segundo a diretora, o objetivo é descobrir se esses indivíduos conseguem produzir defesa de forma similar ou de forma reduzida quando comparados à população de controle.

“O que esse trabalho pode mostrar? Que a resposta é muito diminuída e que, talvez, eles precisem de mais uma dose. Ela também vai nos ajudar na orientação ao paciente e quem sabe colocar esse grupo como grupo prioritário, já que ele tem uma maior chance de infecção e vai responder menos à vacina”, completa a diretora.

Orientações específicas para a vacinação

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A vacinação contra a COVID-19 é indicada para pessoas com mais de 18 anos, sem restrições. Por exemplo, pacientes que convivem com o HIV não têm orientações específicas sobre o melhor momento da imunização. De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, pacientes com doenças reumatológicas e, consequentemente, imunossupressoras, como artrite e lúpus, podem se vacinar também, desde que se atentem ao estágio atual da doença.

"Preferencialmente, o paciente deve ser vacinado estando com a doença controlada ou em remissão, como também em baixo grau de imunossupressão ou sem imunossupressão. Esta não é uma condição imprescindível para que o paciente seja vacinado, mas um cenário ideal. Estando em outras situações, é fundamental discutir com o reumatologista assistente qual o melhor momento para a vacinação, considerando a situação epidemiológica", explica documento elaborado por 28 especialistas da entidade de reumatologia.

Fonte: Governo de SP