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Implante do tamanho de grão de arroz combate câncer no pâncreas

Por| Editado por Luciana Zaramela | 18 de Abril de 2023 às 13h30

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Divulgação/Metodista de Houston
Divulgação/Metodista de Houston

Se depender das pesquisas em andamento, o tratamento contra o câncer chegará a um novo patamar nos próximos anos. Para além das vacinas de mRNA e da terapia CAR-T, cientistas investigam o uso de um minúsculo implante, feito de aço inoxidável e carregado de anticorpos monoclonais (sintéticos), para atacar o câncer de pâncreas. Para entender, o dispositivo é menor que um grão de arroz.

O uso de implantes no tratamento oncológico é investigado por pesquisadores do Houston Methodist Research Institute, nos Estados Unidos. Por enquanto, a equipe testou a estratégia em roedores com câncer e obteve resultados bastante positivos, segundo estudo publicado na revista Advanced Science.

Vale pontuar que, como os tumores no pâncreas tendem a ser diagnosticados em estágios avançados, o tratamento costuma ser complexo e a terapia deve ser, obrigatoriamente, mais eficaz. Segundo os autores, cerca de 85% dos pacientes estão em metástase quando descobrem a doença.

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Os anticorpos monoclonais e o implante no pâncreas

No potencial tratamento, os pesquisadores carregam o implante com anticorpos monoclonais CD40 (mAb). O uso dos anticorpos já é considerado um promissor agente imunoterapêutico. O problema é que, hoje, a maioria dos tratamentos envolve a aplicação dos anticorpos de forma deliberada no corpo do paciente, o que eventualmente provoca efeitos colaterais indesejados.

Aqui, a ideia é usar um implante direcionado e que se fixa no tumor do pâncreas. Outra diferença é que a liberação do medicamento ocorre em baixas doses e de forma sustentada. É como se o paciente estivesse em constante tratamento. Teoricamente, a estratégia reduz os efeitos colaterais.

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Testes práticos do novo tratamento para o câncer em metástase

Nos testes com roedores, o potencial tratamento foi responsável pela redução no tamanho do tumor. Segundo os autores, o efeito foi alcançado com um quarto da medicação usada nas imunoterapias tradicionais, confirmando a hipótese do menor risco de efeitos adversos.

Além disso, em um dos animais, o implante foi colocado em apenas um dos tumores no pâncreas, embora houvessem outros. O efeito inesperado é que a medicação gerou impacto nos dois, mesmo que um deles não estivesse diretamente conectado com a fonte emissora de medicação.

“O tratamento local com imunoterapia foi capaz de ativar a resposta imune para atingir outros tumores”, afirma Corrine Ying Xuan Chua, professor assistente e um dos autores do estudo, em comunicado.

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Apesar dos resultados preliminares positivos, os testes com a nova terapia contra a metástase no pâncreas seguem. A expectativa é que, se tudo correr bem, o tratamento chegue ao mercado nos próximos 5 anos.

Fonte: Advanced Science e Houston Methodist