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Implante cerebral pode "reverter" sintomas do Parkinson, revela experimento

Por| Editado por Luciana Zaramela | 27 de Abril de 2022 às 12h30

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Bret Kavanaugh/Unsplash
Bret Kavanaugh/Unsplash

Para melhorar os sintomas da doença de Parkinson, um hospital do Reino Unido testa a segurança e a eficácia de um novo tipo de impante cerebral. Por enquanto, um único paciente já passou pela cirurgia e convive com o dispositivo. No momento, o voluntário relata que o impacto da tecnologia em sua vida foi "incrível".

A equipe de médicos e cirurgiões do Southmead Hospital, localizado na cidade inglesa de Bristol, acompanha os efeitos do minúsculo implante, desde novembro de 2020, no paciente Tony Howelles. Além dele, outros 24 pacientes com Parkinson diagnosticado poderão testar a tecnologia, como parte do estudo clínico que está em andamento.

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Parkinson tem cura?

Vale explicar que, até agora, a ciência ainda não descobriu uma cura para a doença de Parkinson. Por isso, a maioria dos tratamentos disponíveis busca retardar a progressão da doença, marcada pelo declínio de determinadas células do cérebro.

Com a evolução do quadro, a pessoa tende a relatar tremores involuntários em partes específicas do corpo, maior lentidão dos movimentos e rigidez dos músculos. De forma geral, os pacientes desenvolvem os primeiros sintomas após os 50 anos.

O que faz o novo implante cerebral?

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Neste cenário, os pesquisadores investigaram formas de reverter as condição neurodegenerativa. Este novo o implante é um dispositivo de estimulação cerebral profunda (ECP) — uma tecnologia já conhecida para o tratamento da doença —, mas que teve suas dimensões bastante reduzidas.

Anteriormente, outros estudos já avaliaram o impacto da ECP no tratamento da demência. De forma geral, este tipo de estimulação é usado para melhorar o tremor e outros sintomas de movimento que não podem ser controlados pela medicação. No entanto, os implantes tradicionais podem ser aplicados em menos de 5% das pessoas com Parkinson, por causa da complexidade da cirurgia e pelos custos elevados.

Em comum, ambas as tecnologias melhoram os sintomas, fornecendo impulsos elétricos diretamente para áreas específicas no interior do cérebro. Com isso, é possível substituir padrões anormais de funcionamento de células cerebrais que surgem com o Parkinson. A exceção é que o sistema Picostim, desenvolvido pela empresa Bioinduction, conta com uma bateria miniaturizada de marca-passo. Ela tem um terço do tamanho dos dispositivos convencionais.

Por causa do tamanho diminuto, a bateria — que fornece impulsos elétricos pelos fios que se estendem até o cérebro — pode ser implantada diretamente no crânio. "Ser capaz de colocar a bateria no crânio a torna cosmeticamente invisível e elimina a necessidade de cabos de extensão que saem do peito, bem como o tunelamento desses fios sob a pele do pescoço", explica o comunicado sobre o estudo em andamento.

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Outra vantagem do dispositivo é o tempo da cirurgia em que o paciente é submetido. São apenas três horas, enquanto o método tradicional leva pelo menos seis horas.

Reversão do Parkinson no paciente Tony

Por enquanto, nenhum estudo científico sobre os testes do implante cerebral contra o Parkinson foi publicado, mas a equipe médica responsável adianta que o aparelho tem demostrado ser eficaz. Inclusive, o paciente Tony descreve que "o impacto [do procedimento] foi incrível".

Além disso, o voluntário explica que a distonia, marcada por contrações musculares involuntárias e repetitivas, passou. Ele também relata que, agora, pode andar por cerca de três quilômetros sem ter que descansar. Antes da cirurgia, não conseguia caminhar por mais 180 metros. "Voltei a jogar golfe, não tão bem quanto antes, mas isso provavelmente se deve à velhice; mas pelo menos voltei a jogar", completa o paciente, em tom espirituoso.

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Para demostrar os efeitos do implante cerebral, a equipe de pesquisadores gravou um comparativo de Tony realizando atividades com ou sem o implante cerebral. É visível a melhora dos sintomas do Parkinson, após o uso do dispositivo. A seguir, confira o registro:

Fonte: North Bristol NHS Trust