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Hospitais públicos enfrentam aumento de internações por COVID-19 em SP

Por| 16 de Novembro de 2020 às 18h10

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Levi Clancy/Unsplash
Levi Clancy/Unsplash

Segundo informações da ferramenta Info Tracker, desenvolvida por pesquisadores da Unesp (Universidade Estadual Paulista) e da USP (Universidade de São Paulo) para o monitoramento da pandemia, o aumento de internações pela COVID-19 deve aumentar consideravelmente também em hospitais públicos do estado de São Paulo, reflexo do que já é visto na rede privada.

Os dados da ferramenta mostram que entre os dias 7 e 13 de novembro, o número de internações em hospitais municipais enfrentaram uma alta de 9%, pulando de 556 para 604, além de um crescimento de 50% de casos suspeitos de COVID-19, apontando para a aceleração dos números da pandemia.

Wallace Casaca, professor da Unesp e pesquisador do CeMEAI-USP (Centro de Ciências e Matemáticas Aplicadas à Indústria), conta que o resultado da análise da Info Tracker não se trata de uma pequena oscilação. "É uma alta consolidada, que envolve uma análise desde agosto. Pode ser um indício de que vamos acabar emendando", conta o especialista dizendo que uma onda de COVID-19 virá emendada de outra.

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Ainda de acordo com a ferramenta, o aumento foi observado também em cidades do interior, como Presidente Prudente e Piracicaba, passando de 35 para 45 internados (29%) e 41 para 51 (24%), respectivamente, enquanto cidades como Campinas e São José do Rio Preto apresentaram redução de 6% (396 para 372) e 12% (241 para 211) respectivamente.

Após negação, governo de São Paulo admitiu o aumento

Para Paulo Menezes, professor da USP, epidemiologista que atua no centro de contingência do governo do estado, os dados obtidos pela ferramenta ainda não seriam suficientes para afirmar se o aumento na rede pública da capital irá continuar consistente. O especialista explica que os hospitais privados sempre acabam recebendo pacientes de outras regiões, portanto ainda não há como afirmar que o mesmo irá continuar acontecendo em hospitais públicos. "É possível um aumento sim e talvez seja consequência da mudança de comportamento da classe média e alta", completa.

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O governo de São Paulo, de acordo com informações da Secretaria Municipal de Saúde, havia chegado a relatar que não houve o aumento de internações e de ocupação de UTI na rede municipal e a pandemia estaria sob controle. Porém, nesta segunda-feira (16) o crescimento foi confirmado, pois a coleta de informações enfrentou problemas técnicos na última semana, impossibilitando acompanhar os gráficos reais. 

O governador do estado, João Doria, afirmou que, por isso, a atualização do Plano São Paulo, que regulamenta os estágios da quarentena, será atualizado apenas no dia 30 de novembro. "A falta de informações sobre casos e óbitos durante seis dias da semana passada, causada por uma pane no sistema do Ministério da Saúde, afetou a normalização dos dados em todo o Brasil", explicou. Até o momento, São Paulo conta com 11 regiões na fase amarela e seis na fase verde.

Fonte: Folha de São Paulo