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Homens e mulheres sentem dor de forma diferente

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Nos Estados Unidos, pesquisadores da Universidade do Arizona demonstraram, pela primeira vez, que homens e mulheres sentem a dor de forma diferente. Isso ocorre por causa das diferenças nos nociceptores, ou seja, os sensores das células nervosas envolvidas na sensação de dor. São o primeiro elo na cadeia de transmissão da dor, que chega até o cérebro.

Publicada na revista Brain, a descoberta "é um grande avanço em nossa compreensão de como a dor pode ser produzida em homens e mulheres”, afirma Frank Porreca, pesquisador da universidade norte-americana e autor do estudo, em nota.

Até então, essa diferença na resposta à dor entre os sexos era mais deduzida do que comprovada cientificamente. Também faltava uma explicação precisa sobre o porquê disso acontecer. 

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Diferença entre homens e mulheres

Nos testes de laboratório, os pesquisadores analisaram os níveis de excitabilidade das células nociceptoras, próximas à medula espinhal, a partir de amostras de três espécies diferentes:

  • Humanos;
  • Primatas não humanos;
  • Camundongos.

As células, provenientes tanto de machos quanto de fêmeas, foram expostas a duas  substâncias que poderiam, em tese, ativar os nociceptores, sensibilizar as células nervosas e gerar estímulos de baixa intensidade que produzem dor: prolactina (hormônio normalmente relacionado com a lactação) e da orexina B (neurotransmissor que mantém a pessoa acordada).

“Em machos e fêmeas (animais ou humanos), o que altera os limiares [de dor] dos nociceptores pode ser completamente diferente”, pontua Porreca, com base na pesquisa.

Afinal, a prolactina sensibilizou apenas os nociceptores femininos e não os masculinos. Em contrapartida, a orexina foi relacionada com a maior sensbilidade nos masculinos. 

“A conclusão surpreendente destes testes é que existem nociceptores masculinos e nociceptores femininos, algo que nunca foi reconhecido anteriormente”, pontua o pesquisador.

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Novos tratamentos para dor

Com essa demonstração de dimorfismo sexual funcional entre os neurônios sensoriais de homens e mulheres, os pesquisadores acreditam que os tratamentos relacionados à dor devem ser diferentes com base no sexo. Entretanto, isso precisa ser confirmado em pesquisas posteriores.

Com base nos resultados atuais, ainda não é possível presumir se, por exemplo, os homens sentem mais dor que as mulheres. O que se sabe é que ambos respondem de forma diferente ao que gera a dor.

Fonte: Brain e Universidade do Arizona