Hidroxicloroquina pode alterar o DNA de ratos e causar mutações genéticas
Por Natalie Rosa | Editado por Luciana Zaramela | 06 de Agosto de 2021 às 14h50
No início da pandemia, o medicamento antimalárico hidroxicloroquina chegou a ser testado para o tratamento da COVID-19, mas resultados concretos de eficácia contra o coronavírus não foram apresentados. Agora, mais de um ano depois, um novo estudo mostra que o remédio pode trazer consequências graves à saúde, principalmente quando usado sem indicação médica.
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Em testes com ratos, cientistas descobriram que o medicamento alterou o DNA dos animais, até mesmo quando usado em dosagens comuns. Isso significa que o uso prolongado pode resultar em altas chances de desenvolvimento de câncer. No estudo, os cientistas disseram que o alarde em torno do medicamento foi o que motivou as pesquisas.
"Percebemos que, embora o medicamento seja amplamente usado para o tratamento de doenças que vão desde a malária até a artrite reumatoide, seus exatos mecanismos de ação estão apenas começando a ser compreendidos", conta Ahmad Besaratinia, professor da Universidade do Sul da Califórnia e um dos responsáveis pela pesquisa.
O cientista explica que o estudo foi feito com um sistema de cultura de células derivadas das células embrionárias de um camundongo, usando doses em quantidades que são administradas a pacientes reais. "Esse medicamento é capaz de induzir mutação genética, o que significa que devemos medir os riscos e benefícios do seu uso com cuidado, principalmente em contexto de ensaios clínicos", completa Besaratinia.
O estudo completo está disponível na disponível na plataforma Science Direct.
Fonte: IFL Science