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Herpes passa pelo beijo? Entenda o que pode transmitir a doença
Sim. O herpes pode ser transmitido pelo beijo, principalmente quando a infecção está em sua fase aguda e a pessoa apresenta feridas — com pus ou não — nos lábios. Essas manifestações visíveis da doença tendem a durar de 5 a 10 dias, mas não há cura para o vírus.
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Vale explicar que a doença é uma das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) mais comuns. E o que conhecemos como "herpes" pode ser causado por dois vírus diferentes:
- Herpes labial ou oral: conhecido oficialmente como Herpes Simplex Virus Tipo 1 (HSV-1);
- Herpes genital: chamado como Herpes Simplex Virus Tipo 2 (HSV-2).
Como o próprio nome indica, o herpes oral é transmitido, na maior parte das vezes, pelo beijo. Agora, o herpes genital costuma ser transmitido pelo sexo vaginal, anal ou oral. Essa é a regra, mas algumas exceções podem ocorrer, principalmente, quando há o sexo oral. Nesses casos, a contaminação pode ser o contrário da regra. Em outras palavras, o herpes genital pode se manifestar na boca e vice-versa.
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Recomendação: não beije ou coloque sua ferida em contato com a pele de outra pessoa durante a fase aguda do herpes.
Tipo de beijo importa?
Na verdade, o tipo de beijo que uma pessoa com herpes dá — quando está com feridas nos lábios — pouco importa para a transmissão. Isso porque um beijo de língua ou um selinho podem transmitir o vírus, dependendo de cada circunstância.
De modo geral, o herpes é transmitido pelo contato com a pele e a mucosa infectada. Além disso, secreções da vagina, do pênis ou do ânus e fluidos orais (saliva) de alguém infectado também podem transmitir a doença, de acordo com a Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp.
Quando o risco de transmissão é maior?
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Antes das bolhas e feridas se formarem no lábio, a pessoa costuma sentir alguns sinais de alerta, como ardência, queimação e coceira na região em que irão eclodir. Mesmo que nesse estágio a lesão ainda não seja visível, não é recomendado que a pessoa, por exemplo, beije.
Após os primeiros sinais, é normal que apareçam pequenas bolhas agrupadas sobre uma determinada área, que costuma ficar vermelha e inchada. Em seguida, elas se rompem e liberam pus, o que forma pequenas feridas. Esta é a fase em que a doença é mais transmissível.
De maneira natural ou acelerada por um tratamento antiviral, as feridas começam a secar e forma-se uma crosta no lugar dos machucados. Todo o processo leva, no máximo, 10 dias. Apesar do herpes ser mais facilmente transmitido quando as feridas estão abertas, a infecção pode ser passada até por pessoas assintomáticas.
Cuidado com copos e talheres
Durante os surtos, é importante evitar o uso compartilhado de copos, talheres e outros objetos que tenham entrado em contato com a saliva de uma pessoa portadora do vírus.
No entanto, é muito improvável que o herpes se espalhe por assentos sanitários, piscinas, banheiros, banheiras de hidromassagem ou toalhas úmidas. Isso porque o tempo de vida do vírus fora do corpo é bastante curto.
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Além disso, é possível que uma mãe infectada transmitia o vírus para o bebê durante ou após o parto, caso os devidos cuidados não sejam tomados. Quando ocorre a transmissão, estes casos são conhecidos como herpes neonatal.
A doença tem cura?
Até o momento, a ciência não descobriu uma cura para o herpes oral ou genital. Isso significa que a pessoa permanecerá com o vírus por toda a vida, mas, na maior parte do tempo, ele deve se manter de forma latente, ou seja, as feridas não ficarão sempre visíveis — apenas em momentos específicos.
"Após o primeiro surto, o vírus se move das células da pele para as células nervosas. O vírus permanece nas células nervosas para sempre", explica a American Academy of Dermatology Association (Aada).
Segundo os especialistas da associação, os seguintes fatores podem "acordar" o vírus latente:
- Estresse;
- Doenças;
- Febre;
- Exposição prolongada ao Sol;
- Períodos menstruais;
- Cirurgias.
Tratamento para a infecção
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Mesmo que a cicatrização das feridas tenda a ser natural, é normal realizar tratamentos específicos para a acelerar o processo de recuperação e trazer alívio dos sintomas. Nesses casos, é indicado o uso de medicamentos antivirais, podendo ser pomadas ou comprimidos.
Vale lembrar que, antes de iniciar qualquer tratamento, é recomendado buscar orientação médica adequada — até para a confirmação do quadro.
Afinal, herpes é comum?
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 3,7 bilhões de pessoas convivam com o herpes oral. Em porcentagem, isso significa dizer que cerca de 66,6% da população mundial com até 49 anos carrega o vírus. No caso do herpes genital, a doença chega a afetar 491,5 milhões de pessoas com 15 a 49 anos, representando 13,2% da população mundial nessa faixa etária.
“A infecção por herpes afeta milhões de pessoas em todo o mundo e pode ter efeitos de longo alcance na saúde. Precisamos de mais investimento e compromisso para desenvolver melhores ferramentas de tratamento e prevenção para esta infecção”, explica Sami Gottlieb, médico da OMS e um dos autores do estudo sobre os casos globais do herpes.
Herpes zóster (cobreiro)
Além do herpes oral (HSV-1) e genital (HSV-2), existe um terceiro tipo de agente infeccioso: o vírus HHV-3, também conhecido como vírus Varicela-Zoster (VZV) ou Herpes Zoster Vírus (HZV). Tanto a catapora quanto o herpes zóster são causados por este terceiro tipo.
Contudo, a catapora (varicela) é a fase aguda e primária da infecção pelo vírus, ou seja, ela aparece na primeira vez em que o organismo entra em contato com o HZV. Em seguida, o agente infeccioso entra numa fase latente e, eventualmente, pode se manifestar. Nesses casos, a doença recebe o nome de herpes zóster, também conhecido como cobreiro.
No caso do HVZ, a doença pode ocorrer através do contato com as feridas, mas também pode ser transmitida através de secreções respiratórias, como tosse, espirro, saliva. De modo geral, a catapora é conhecida como uma doença altamente transmissível.
Fonte: Ministério da Saúde, Healthline, OMS e AADA
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