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Herpes passa pelo beijo?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 11 de Fevereiro de 2023 às 10h30

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Charly Pn/Unsplash
Charly Pn/Unsplash

O herpes — nome dado ao vírus que causa lesões pelo corpo, como na boca e nos genitais — tem várias formas de transmissão. Uma delas acontece através do beijo, e isso ocorre quando a pessoa infectada está na fase aguda da doença — estágio marcado pelas feridas nos lábios que duram de 5 a 10 dias. Na época de carnaval e de festas, é preciso se atentar para o risco antes de se expor a possíveis riscos, já que é comum ver muita gente beijando não uma, mas algumas bocas, principalmente de desconhecidos. Compartilhar copos e outros utensílios pessoais também podem transmitir o agente infeccioso.

Para além do herpes labial, a temporada de carnaval costuma ser associada ao aumento de doenças transmitidas pelo beijo. Entre elas, a mais comum é a própria doença do beijo, oficialmente conhecida como mononucleose. Sapinho (candidíase oral) e sífilis também podem ser transmitidas por este tipo de contato.

Atenção! Quem recebeu o diagnóstico do herpes não deve beijar e deixar que outras pessoas entrem em contato com suas feridas na fase aguda da doença. A mesma recomendação vale para outras doenças que podem ser transmitidas pelo beijo.
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Qual tipo de herpes é transmitido pelo beijo?

Vale explicar que a doença herpes é uma das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) mais comuns no mundo. E o que conhecemos genericamente como "herpes" pode ser causado por dois vírus diferentes da mesma família:

  • Herpes labial ou oral: conhecido oficialmente como Herpes Simplex Virus Tipo 1 (HSV-1);
  • Herpes genital: chamado como Herpes Simplex Virus Tipo 2 (HSV-2).

Como o próprio nome indica, o herpes oral é transmitido, na maior parte das vezes, pelo beijo. Agora, o herpes genital costuma ser transmitido pelo sexo vaginal, anal ou oral. Essa é a regra, mas algumas exceções podem ocorrer, principalmente, quando há o sexo oral. Nesses casos, a contaminação pode ser o contrário da regra. Em outras palavras, o herpes genital pode se manifestar na boca e vice-versa.

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Tipo de beijo importa para a transmissão do herpes?

Na verdade, o tipo de beijo que uma pessoa com herpes dá — quando está com feridas nos lábios — pouco importa para a transmissão. Isso porque tanto um beijo de língua quanto um selinho podem transmitir o vírus, dependendo das circunstâncias.

Afinal, o herpes é transmitido pelo contato entre a ferida ou suas secreções e uma mucosa saudável. Por isso, secreções da vagina, do pênis ou do ânus e fluidos orais (saliva) de alguém infectado também podem transmitir a doença, conforme aponta artigo da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Quando o risco de transmissão do herpes é maior?

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Antes das bolhas e feridas se formarem no lábio, a pessoa costuma sentir alguns sinais de alerta, como ardência, queimação e coceira na região em que irão eclodir. Mesmo que nesse estágio a lesão ainda não seja visível, não é recomendado que a pessoa, por exemplo, beije.

Após os primeiros sinais, é normal que apareçam pequenas bolhas agrupadas sobre uma determinada área, que costuma ficar vermelha e inchada. Em seguida, elas se rompem e liberam o pus, o que forma pequenas feridas. Esta é a fase em que a doença é mais transmissível. Na medicina, a etapa recebe o nome de fase aguda.

De maneira natural ou acelerada por um tratamento antiviral, as feridas começam a secar e uma crosta se forma no lugar dos machucados. Todo o processo leva, no máximo, 10 dias. Apesar do herpes ser mais facilmente transmitido quando as feridas estão abertas, a infecção pode ser transmitida até por pessoas assintomáticas.

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Não compartilhe copos e talheres na fase aguda da doença

Durante os surtos, é importante evitar o uso compartilhado de copos, talheres e outros objetos que tenham entrado em contato com a saliva de uma pessoa portadora do vírus. No entanto, é muito improvável que o herpes se espalhe por assentos sanitários, piscinas, banheiros, banheiras de hidromassagem ou toalhas úmidas. Isso porque o tempo de vida do vírus fora do corpo é bastante curto.

Além disso, é possível que uma mãe infectada transmitia o vírus para o bebê durante ou após o parto, caso os devidos cuidados não sejam tomados. Quando ocorre a transmissão, estes casos são conhecidos como herpes neonatal.

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A infeção pelo herpes tem cura?

Até o momento, a ciência não descobriu uma cura para o herpes oral ou genital. Isso significa que a pessoa permanecerá com o vírus por toda a vida, mas, na maior parte do tempo, ele deve se manter de forma latente, ou seja, as feridas não ficarão sempre visíveis — apenas em momentos específicos, quando o sistema imunológico está enfraquecido.

"Após o primeiro surto, o vírus se move das células da pele para as células nervosas. O vírus permanece nas células nervosas para sempre", explica artigo da American Academy of Dermatology Association (Aada).

Segundo os especialistas da Aada, os seguintes fatores podem "acordar" o vírus latente do herpes:

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  • Estresse;
  • Doenças;
  • Febre;
  • Exposição prolongada ao Sol;
  • Períodos menstruais;
  • Cirurgias.

Tratamento para o herpes

Mesmo que a cicatrização das feridas seja natural, alguns tratamentos específicos podem acelerar o processo de recuperação, trazer alívio dos sintomas e evitar cicatrizes. Nesses casos, é indicado o uso de medicamentos antivirais, podendo ser pomadas ou comprimidos, conforme prescrito pelo médico responsável pelo caso.

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Afinal, herpes é um vírus comum no mundo?

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 3,7 bilhões de pessoas convivam com o herpes oral. Em porcentagem, isso significa dizer que cerca de 66,6% da população mundial com até 49 anos carrega o vírus. No caso do herpes genital, a doença chega a afetar 491,5 milhões de pessoas com 15 a 49 anos, representando 13,2% da população mundial nessa faixa etária.

“A infecção por herpes afeta milhões de pessoas em todo o mundo e pode ter efeitos de longo alcance na saúde. Precisamos de mais investimento e compromisso para desenvolver melhores ferramentas de tratamento e prevenção para esta infecção”, explica Sami Gottlieb, médico da OMS e um dos autores do estudo que estimou o número de casos globais do herpes.

Existem outros tipos de herpes além do transmitido pelo beijo?

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Além do herpes oral (HSV-1) e genital (HSV-2), existe um terceiro tipo de agente infeccioso: o vírus HHV-3, também conhecido como vírus Varicela-Zoster (VZV) ou Herpes Zoster Vírus (HZV). Tanto a catapora quanto o herpes zóster são causados por esse terceiro tipo.

Contudo, a catapora (varicela) é a fase aguda e primária da infecção pelo vírus, ou seja, ela aparece na primeira vez em que o organismo entra em contato com o HZV. Em seguida, o agente infeccioso entra numa fase latente e, eventualmente, pode se manifestar. Nesses casos, a doença recebe o nome de herpes zóster, também conhecido como cobreiro.

Caso o vírus chegue aos nervosos faciais, ele pode desencadear a Síndrome de Ramsay Hunt, que se tornou bastante popular após o cantor Justin Bieber compartilhar o seu diagnóstico no ano passado. Devido à condição, o astro desenvolveu paralisia na face, teve problemas de vertigem e precisou cancelar a agenda de shows.

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Prevenção dos vírus do tipo herpes

Para evitar todas as possíveis complicações, existe uma vacina contra o herpes zóster no mercado privado, disponível para indivíduos com 50 anos ou mais. No caso da varicela, a vacina é distribuída gratuitamente no sistema Único de Saúde (SUS) para crianças. Por enquanto, não existe imunizante específico contra o herpes labial e genital.

Fonte: Ministério da Saúde, Healthline, OMS e AADA