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"Hackers de cérebro" do MIT ensinam a controlar impulsos para melhorar a atenção

Por| 20 de Dezembro de 2019 às 18h30

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Já imaginou controlar sua mente e para evitar a procrastinação? Ou ainda aprender a estimular o cérebro de pessoas com problemas de atenção, como TDAH? O ato de hackear o próprio cérebro e o programar para realizar determinadas funções parece estar mais próximos de se tornar realidade do que se pensava. Isso porque pesquisadores do MIT afirmam ter ensinado pessoas a como manipular suas próprias ondas cerebrais, melhorando assim a atenção em uma determinada tarefa. 

Para os pesquisadores, a chave do experimento é dar aos participantes feedback, ao vivo, dos níveis das atividades neurais, o que os guia no controle e na auto-programação. Publicado na Neuron, o estudo sugere a possibilidade de ensinar as pessoas, principalmente as que têm dificuldades de aprendizagem, a melhorar seu foco através do estado chamado de neurofeedback.

"Há muito interesse em usar o neurofeedback para tentar ajudar pessoas com vários distúrbios cerebrais e problemas comportamentais", diz Robert Desimone, diretor do Instituto McGovern de Pesquisa Cerebral do MIT. "É uma maneira completamente não invasiva de controlar e testar o papel de diferentes tipos de atividade cerebral."

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Como funciona?

A equipe de cientistas do MIT descobriu que, suprimindo as ondas alfa — que aparecem, normalmente, quando o indivíduo está em estado de relaxamento e de olhos fechados, só que é mais constantes em pacientes com problemas de concentração — no lóbulo parietal, a parte do córtex responsável pelo senso espacial e pela atenção. As pessoas que participaram do experimento foram mais capazes de focar nos objetos mostrados em uma tela após essa manipulação.

A conexão entre atenção e ondas alfa já tinha sido estabelecida por estudos anteriores. O que não estava claro até agora, como afirmam os autores, era se as ondas alfa controlavam diretamente a atenção.

Para buscar essa resposta, os participantes receberam neurofeedbacks que descreviam suas ondas alfa. Dessa maneira, tiveram que olhar para o próprio padrão de ondas, no centro de um monitor, e foram instruídos a utilizar a mente para aumentar o contraste em relação ao padrão, fazendo suas ondas se distanciarem o máximo da situação comum.

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O contraste se tornou mais visível à medida que a assimetria das ondas alfa crescia com base em dados, ao vivo, captados por um monitor de atividade cerebral. Surpreendentemente, após dez minutos do exercício, os participantes aprenderam a aumentar o contraste, ampliando assim o controle sobre sua atenção.

Impactos da descoberta

"Após o experimento, os participantes disseram que sabiam que estavam controlando o contraste, mas não sabiam como o fizeram", disse o principal autor do estudo, Yasaman Bagherzadeh. "Acreditamos que a base é o aprendizado condicional — sempre que você pratica um comportamento e recebe uma recompensa, reforça esse comportamento."

No entanto, algumas questões permanecem sem resposta para os pesquisadores, como de qual maneira as pessoas estavam controlando suas ondas cerebrais alfa em primeiro lugar. A equipe também não sabe quanto tempo duram os efeitos dessa manipulação.

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Outro ponto é se a técnica descoberta poderá ser aplicada a cenários da vida real, como ensinar pessoas com problemas comportamentais a melhorarem a atenção. Também não está claro se a técnica se aplica a outros tipos de ondas cerebrais, como as ondas beta, que são relacionadas à doença de Parkinson.

Mesmo assim, o experimento parece comprovar um grau até então inédito de controle subconsciente e sobre a mecânica do próprio cérebro humano.

Fonte: Futurism