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H1N1 pode ter se originado de vírus da Gripe Espanhola (1918)

Por| Editado por Luciana Zaramela | 11 de Maio de 2022 às 15h05

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Engajar akyurt/Unsplash
Engajar akyurt/Unsplash

O H1N1 pode ser descendente da cepa do vírus tipo influenza A que causou a famosa pandemia de 1918, que ficou conhecida como Gripe Espanhola. Pelo menos, é isso o que sugere um estudo publicado na última terça (10) na revista científica Nature Communications. Para chegar a essa hipótese, a equipe analisou o material genético de restos mortais de vítimas da época.

Esse método utilizado se chama relógio molecular, e permite estimar o número de alterações genéticas que se acumulam ao longo do tempo. A equipe sequenciou geneticamente o vírus de 13 amostras de pulmão armazenadas em museus de Berlim e Viena, que vieram de pessoas que morreram de infecções pulmonares entre 1901 e 1931. Três das amostras eram de pessoas que morreram em 1918, e duas delas foram coletadas antes do ápice da pandemia.

Os pesquisadores também compararam as duas amostras de vírus coletadas nos primeiros meses da pandemia de 1918 com dois vírus pandêmicos sequenciados anteriormente que infectaram pessoas no final de 1918, quando a pandemia atingiu o ápice.

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Através da técnica, os pesquisadores puderam encontrar semelhanças entre segmentos do material genético de 1918 e a influenza que conhecemos atualmente. Os autores do estudo descrevem, ainda, mudanças em um gene que codifica a nucleoproteína (uma proteína que envolve o material genético do vírus).

No entanto, diversos fatores tornam verdadeiramente desafiadora a tarefa de buscar essa relação, como a ausência de amostras de anos próximos à pandemia em questão. Muito sobre o patógeno de 1918 permanece um mistério.

Gripe Espanhola de 1918

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Apesar do título, a Gripe Espanhola de 1918 não surgiu na Espanha. O nome veio da forte divulgação da condição pela imprensa espanhola. A teoria mais aceita pelos pesquisadores é que a doença teria surgido em campos de treinamento militar nos EUA, mas não há confirmações concretas.

O que se sabe é que a doença foi responsável por infectar 500 milhões de pessoas, e dizimar entre 20 milhões e 50 milhões, considerando que a taxa de mortalidade estimada era de 10% a 20%. Estudos sugerem que fatores como a falta de higiene, a desnutrição e a superlotação de hospitais e acampamentos médicos agravaram ainda mais a pandemia.

Na época, a Gripe Espanhola que pode ter gerado a H1N1 teve três ondas: a primeira em um campo de treinamento dos EUA, a segunda após o retorno das tropas americanas e a terceira no início de 1919. Na década seguinte à pandemia de 1918, as mortes por gripe diminuíram acentuadamente, o que pode ter ocorrido devido à maior imunidade da população ou ao vírus se tornar menos virulento, segundo os pesquisadores.

Fonte: Nature Communications, New Scientist, CDC