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Fungos potencialmente perigosos crescem em múmia exposta no México

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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twenty20photos/envato
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No imaginário popular, filmes e inúmeros livros, residem histórias sobre maldições de múmias (e outros mortos não mumificados) que afetam aqueles que profanam o seu eterno descanso. Às vezes, as lendas são baseadas em fatos, como a abertura da tumba do rei Casimiro IV, na Polônia, e a morte misteriosa de cientistas envolvidos. Estes teriam sido vítimas, muito provavelmente, de um fungo dormente. Agora, autoridades mexicanas alertam para o possível crescimento de um fungo numa múmia exposta, sem a devida proteção.

Isso porque, no México, pesquisadores do Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH) identificaram o potencial risco envolvendo uma exibição irregular e não autorizada de parte da coleção de Múmias de Guanajuato. Além de danos ao patrimônio, os especialistas identificam o crescimento de fungos em pelo menos um dos corpos em exposição. Sem as devidas medidas de proteção, o agente infeccioso pode contaminar membros da equipe do local e os visitantes. As consequências são imprevisíveis.

Vale pontuar que estas múmias mexicanas do século XIX são, normalmente, expostas no Museu das Múmias de Guanajuato. Eventualmente, o acervo itinerante é exposto em outros países, tendo viajado até os Estados Unidos. No atual caso, é uma mostra em um espaço não planejado para receber os corpos mumificados.

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Qual o risco do fungo proveniente da múmia exposta no México?

"A partir de algumas fotografias publicadas nos meios de comunicação, observou-se que pelo menos um dos corpos mostrados, registrado pelo INAH em novembro de 2021, apresenta sinais de proliferação de possíveis colônias de fungos”, afirma o órgão mexicano em comunicado. No entendimento dos especialistas, a situação é “preocupante” e demandaria uma avaliação detalhada.

"É ainda mais preocupante que estejam expostas sem condições de biossegurança para o público que as visita”, acrescenta a nota emitida pelo INAH. No momento, não se sabe se o possível fungo representa um risco para a equipe responsável pela administração das múmias e para quem as visita.

Além de fungos, múmias podem preservar outros patógenos, como bactérias. Embora este não seja o caso envolvendo a coleção mexicana, recentemente, cientistas reconstruíram o genoma de uma bactéria encontrada numa múmia de 400 anos na Itália.

Qual a origem das Múmias de Guanajuato?

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Para além do possível crescimento de fungos e dos problemas relacionados com o risco do patrimônio, o INAH reforça a importância histórica dos corpos mumificados. Isso porque, diferente das múmias conhecidas do Egito, os faraós, aqueles corpos são representantes da população local da cidade de Guanajuato, localizada a cerca de 300 km da Cidade do México.

Inclusive, as mumificações dos corpos ocorreram de forma inesperada por características, até então, desconhecidas do solo em que foram enterrados. Isso porque os mortos foram colocados em criptas seladas, sob um solo seco e rico em minerais. As primeiras descobertas datam o final da década de 1860, mas se prolongaram pelos anos 1900.

Fonte: INAH