Fiocruz identifica 23 sintomas da covid longa; veja quais são
Por Fidel Forato • Editado por Luciana Zaramela |
Uma equipe de pesquisadores da Fiocruz Minas descobriu quais são os possíveis e mais comuns sintomas da covid longa em pacientes brasileiros. Esta condição afeta pessoas que se recuperaram da infecção pelo coronavírus SARS-CoV-2, mas que permanecem com sequelas de duração indefinida. No momento, foi possível identificar 23 quadros associados a essa síndrome.
Publicado na revista científica Transactions of The Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene, o estudo da Fiocruz acompanhou, por 14 meses, 646 pacientes diagnosticados com a covid-19. Do total, 324 dos voluntários (50,2%) desenvolveram a covid longa e, até o final do acompanhamento, quatro ainda convivem com sequelas da infecção. Os dados foram obtidos entre abril de 2020 e março de 2021.
Quais são os sintomas da covid longa?
Os pesquisadores da Fiocruz identificaram 23 sintomas da covid longa, sendo que a fadiga foi considerada o sintoma mais comum da condição. A complicação foi relatada por 115 voluntários do estudo, o que representa 35,6% da amostra. A seguir, confira a lista completa de possíveis sintomas, após o término da infecção aguda, em ordem decrescente de número de relatos:
- Fadiga;
- Tosse;
- Dispneia (dificuldade de respirar);
- Perda do olfato ou paladar;
- Dor de cabeça;
- Mialgia (dor muscular);
- Dor no corpo;
- Olhos vermelhos;
- Insônia;
- Alteração na pressão arterial;
- Ansiedade;
- Diarreia;
- Dor nas articulações;
- Trombose;
- Dor no peito;
- Tonturas;
- Perda de mobilidade;
- Manchas vermelhas na pele;
- Presença de muco na garganta ou no nariz;
- Coriza;
- Taquicardia;
- Perda de apetite;
- Dor de garganta.
Duração dos sintomas
"Todos os sintomas relatados iniciaram após a infecção aguda e alguns persistiram por todo o período de seguimento de 14 meses, com algumas exceções, como trombose, que foi devidamente tratada em todos os casos terminando após 5 meses", explicam os autores dos estudos.
Apesar da melhora da maioria dos pacientes, os cientistas revelam que "quatro pacientes (1,2%) ainda apresentavam sintomas no momento da conclusão do estudo, relatando fadiga, dispneia, dor nas articulações, mialgia, taquicardia, alteração da pressão arterial, tosse, perda de olfato ou paladar, coriza e perda de apetite".
Quem tem mais risco de ter sequelas da doença?
Segundo os autores da investigação da Fiocruz, "pacientes mais velhos tendem a ter sintomas mais graves, levando a um período pós-covid mais longo. A presença de sete comorbidades foi correlacionada com a gravidade da infecção, e a própria gravidade foi o principal fator que determinou a duração dos sintomas em casos longos da covid".
"Constatamos ainda que a presença de sete comorbidades, entre elas hipertensão arterial crônica, diabetes, cardiopatias, câncer, doença pulmonar obstrutiva crônica, doença renal crônica e tabagismo ou alcoolismo levou à infecção aguda mais grave e aumentou a chance de ocorrência de sequelas", explica Rafaella Fortini, que coordena o estudo, em comunicado.
Fonte: Transactions of The Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene e Agência Fiocruz