Estudo: vacina do HPV é usada após tratamento de células pré-cancerígenas
Por Fidel Forato • Editado por Luciana Zaramela |
Cientistas britânicos descobriram que a vacina contra o papilomavírus humano (HPV) pode ser uma alternativa para pacientes que removeram células pré-cancerígenas de colo do útero. Após o uso experimental, descobriu-se que a vacina pode reduzir o risco de retorno destas células e, consequentemente, do câncer de cervical — também conhecido como câncer de colo do útero — em mulheres.
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Publicada na revista científica British Medical Journal (BMJ), a revisão sistemática — investigação que compara resultados obtidos por outros estudos — sobre o possível uso da vacina do HPV foi liderado por pesquisadores do Imperial College London, no Reino Unido.
"A vacinação contra o HPV pode reduzir o risco de recorrência de NIC [neoplasia intraepitelial cervical, que pode evoluir para o câncer de colo do útero], principalmente quando relacionada ao HPV16 ou HPV18, em mulheres", afirmam os autores. No entanto, mais estudos clínicos devem confirmar a terapia, antes de seja adotada como padrão.
Uso da vacina do HPV na prevenção do câncer
Segundo os pesquisadores, a administração de uma vacina contra o HPV, na época da cirurgia, reduziu o risco de recorrência da doença pré-invasiva de alto grau em 58%. Além disso, a redução era de 74% para dois tipos de HPV de alto risco — o HPV16 e o HPV18 —, que causam a maioria dos cânceres de colo do útero.
“Estamos satisfeitos em ver pesquisas emergentes sobre o valor do uso da vacina contra o HPV para prevenir a recorrência de alterações nas células cervicais e esperamos ver mais estudos em larga escala sobre a eficácia desse método”, explica Eluned Hughes, do Jo's Cervical Cancer Trust, para o jornal The Guardian.
Imunizante do HPV no Brasil
Vale lembrar que, no Sistema Único de Saúde (SUS), a vacina do HPV é distribuída gratuitamente. Embora não seja considerado o uso associado a este novo estudo de prevenção do câncer de colo de útero, os seguintes grupos podem se vacinar no Brasil:
- Meninas de 9 a 14 anos;
- Meninos de 11 a 14 anos;
- Homens e mulheres imunossuprimidos, de 9 a 45 anos, que vivem com HIV/aids, transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea e pacientes oncológicos.
Fonte: BMJ e The Guardian