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Estudo revela mudanças no cérebro de quem fica 24 horas sem dormir

Por| Editado por Luciana Zaramela | 07 de Março de 2023 às 10h04

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amenic181/Envato
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Para uma vida saudável, é recomendado dormir, em média, sete a oito horas por noite. No extremo oposto disso, o que pode acontecer com o cérebro de quem passa mais de 24 horas sem dormir, em constante estado de vigília? Segundo uma equipe internacional de cientistas, o órgão pode envelhecer temporariamente de um a dois anos, após uma única noite de privação completa do sono.

É o que relata o novo estudo sobre os efeitos da privação do sono, publicado na revista científica Journal of Neuroscience. Na pesquisa, foram analisadas as mudanças no cérebro em 134 voluntários saudáveis, com idades que variavam de 19 a 39 anos, através de exames de ressonância magnética (MRI).

"A perda de sono afeta amplamente o cérebro humano em vários níveis", reforça a equipe de pesquisadores, composta por membros do Centro de Pesquisa Jülich, na Alemanha, da Universidade de Zurique, na Suíça, e da Universidade de Copenhague, na Dinamarca.

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Como uma noite sem dormir afeta o cérebro?

No estudo, os cientistas orientaram que todos os voluntários tivessem, em primeiro lugar, uma boa noite de sono, estimada em oito horas dormindo. Em seguida, eles foram divididos em quatro grupos conforme as horas que seriam dormidas no experimento:

  • Privação total do sono (sem dormir por uma noite);
  • Privação parcial do sono (três horas de sono por uma noite);
  • Privação crônica do sono (cinco horas todas as noites por cinco noites);
  • Grupo de controle (oito horas todas as noites).

Após passar pelos períodos de privação de sono, todos os voluntários foram novamente orientados a terem uma boa noite de sono. Após cada noite do experimento, os participantes passavam obrigatoriamente por uma ressonância magnética, o que permitiu as comparações e definiu o impacto da quantidade de horas dormidas com as mudanças no cérebro.

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O que os cientistas aprenderam sobre o experimento do sono?

"Observamos consistentemente que a privação total do sono aumentou a idade cerebral em 1-2 anos em relação à diferença média do grupo com a linha de base [que dormiu oito horas]", afirmam os autores do estudo sobre o processo de envelhecimento causado pelo estado de vigília constante.

Por outro lado, "a idade do cérebro não foi significativamente alterada pela restrição aguda (três horas na cama por uma noite) ou pela restrição parcial crônica do sono (cinco horas na cama por cinco noites consecutivas)", pontuam os pesquisadores. Em outras palavras, dormir mal é melhor que não dormir para a saúde do cérebro.

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Alterações no cérebro causadas pela privação de sono podem ser revertidas

A boa notícia do estudo é que as alterações encontradas no estudo europeu são temporárias. "Curiosamente, após uma noite de recuperação do sono, a idade do cérebro não diferia mais da linha de base", afirmam os autores. É como se uma boa noite de sono pudesse rejuvenescer o cérebro de pessoas jovens após as 24 horas de privação.

No entanto, os cientistas ainda não sabem quais são os efeitos de restrições do sono mais duradouras. Isso porque, no experimento, foi medido apenas o impacto de uma noite sem dormir. É possível imaginar que as alterações sejam diferentes após uma semana de privações constantes de sono. Para estimar esse risco, novos estudos ainda são necessários.

Fonte: Journal of Neuroscience