Estudo revela como o olfato e a audição interagem no cérebro
Por Nathan Vieira |

Nesta segunda-feira (6), um novo estudo do Cold Spring Harbor Laboratory (EUA) trouxe detalhes de como o olfato e a audição interagem no cérebro. A ideia era entender o que poderia mudar nessas interações durante o autismo (transtorno do espectro autista, TEA).
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Os pesquisadores analisaram como o olfato e a audição interagem em cérebros de camundongos durante um comportamento maternal chamado recuperação de filhotes, que consiste na capacidade de cheirar e ouvir o filhote.
'Se essas coisas são importantes, isso pode significar que elas se fundem em algum lugar do cérebro. Uma coisa interessante que descobrimos foi uma projeção de um local chamado amígdala basal", explicam os pesquisadores.
Tanto em camundongos e humanos, a amígdala basal está envolvida no aprendizado e processamento de sinais sociais e emocionais.
Sinais de cheiro ao cérebro
Durante a recuperação dos filhotes, a equipe descobriu que os neurônios da amígdala basal carregam sinais de cheiro para o córtex auditivo.
Neste centro auditivo do cérebro, os neurônios se fundem com sinais sonoros recebidos e influenciam a resposta a futuros sons, como os gritos dos filhotes. Mas quando a equipe de Shea bloqueou o acesso a sinais de cheiro, a resposta de recuperação dos filhotes quase quebrou completamente.
Autismo
"O que chega ao córtex auditivo é filtrado por sinais socioemocionais de neurônios da amígdala basal. Esse processamento pode ser prejudicado no autismo e em condições neurodegenerativas. Achamos que muitas partes do cérebro participam desse comportamento e que ele é muito bem controlado", completa o time.
Agora, os pesquisadores querem explorar como essas regiões cerebrais se conectam e interagem umas com as outras para chegar a uma melhor compreensão de como o autismo pode afetar a capacidade de interpretação social. De qualquer forma, o estudo foi publicado na Current Biology.
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