Estudo descobre qual é a 1ª região do cérebro atingida pelo Alzheimer
Por Fidel Forato • Editado por Luciana Zaramela |
Cientistas portugueses podem ter descoberto a primeira ou pelo menos uma das primeiras regiões do cérebro afetadas pela doença de Alzheimer. Através de exames de imagem, a equipe observou que a condição neurodegenerativa e que causa perda da memória se inicia em uma região conhecida como cíngulo posterior.
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Publicado na revista científica Communications Biology, o estudo sobre a origem do Alzheimer no cérebro foi liderado por pesquisadores da Universidade de Coimbra, em Portugal. Em fases iniciais da doença, os autores descobriram que a região apresenta algumas alterações significativas, como inflamação neuronal e acumulação de proteína beta-amiloide.
"A região identificada [no cérebro] é crítica, pois serve de pivô em processos de memória de curto e longo prazo que sabemos estarem crucialmente afetados na doença de Alzheimer", explica Miguel Castelo-Branco, um dos autores do estudo e professor da Universidade de Coimbra, em comunicado.
Como foi descoberta a primeira região afetada pela doença no cérebro?
No estudo sobre a primeira região afetada pelo Alzheimer, os pesquisadores recrutaram voluntários em fases iniciais da doença e pessoas sem qualquer diagnóstico prévio para a condição, com as mesmas características sociodemográficas.
"Um total de 19 pacientes na fase leve [da doença de Alzheimer] e 19 controles, recrutados na comunidade sem evidência de comprometimento cognitivo ou outras patologias relevantes, foram incluídos neste estudo", detalham os pesquisadores.
Em seguida, analisaram os cérebros desses indivíduos através de diferentes tecnologias, como ressonância magnética e outros tipos de exames de imagem. Também mediram como o cérebro se comportava ao realizar algumas tarefas de memória.
Descoberta pode ajudar no diagnóstico precoce do Alzheimer?
Apesar desta descoberta ainda ser inicial e precisar ser melhor estudada, os pesquisadores acreditam que ela pode ter implicações significativas no diagnóstico precoce da doença e também no desenvolvimento de tratamentos contra o avanço da do Alzheimer no futuro. Atualmente, a maioria das terapias disponíveis consiste apenas em retardar o avanço da condição.
"Estudos futuros devem abordar ainda mais o papel fisiopatológico local da neuroinflamação na modificação da atividade e do comportamento cerebral", afirmam os autores sobre o papel do cíngulo posterior na doença neurodegenerativa.