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Estudo confirma que emissão de líquido no orgasmo feminino vem da bexiga

Por| Editado por Luciana Zaramela | 19 de Setembro de 2022 às 12h00

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ankabala/Envato
ankabala/Envato

Cientistas confirmaram que o líquido do esguicho (squirting) expelido por algumas pessoas do sexo biológico feminino durante o orgasmo vem, de fato, da bexiga — mas há outros fatores envolvendo a pesquisa. Vale apontar que isso não quer dizer que seja urina, já que costuma ser incolor e sem cheiro, e é apenas um dos fluidos produzidos durante o sexo.

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Na fase de excitação, a vagina libera fluido lubrificante, o que continua por toda a atividade. Quando se chega ao orgasmo, outros dois líquidos entram em ação: um branco e leitoso, que sai em pequenas doses, e outro mais claro e que vem em grande volume, não raro centenas de mililitros. Costumava-se considerar que ambos fossem parte da ejaculação feminina, mas agora isso se reserva apenas ao fluido leitoso — o outro faz parte do squirting.

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Squirting e seu conteúdo

No mundo ocidental, a incidência do tal esguicho é relativamente baixa, com apenas 5% das mulheres relatando a experiência. Estudos anteriores já investigavam a ocorrência, como o de Samuel Salama, ginecologista que, em 2015, realizou ultrassons em 7 pessoas e notou que a suas bexigas — cheias antes do orgasmo — se mostravam vazias após o esguicho. Por isso, ele sugeriu que o líquido fosse urina.

Para confirmar e descobrir mais, uma urologista japonesa chamada Miyabi Inoue fez outra pesquisa, onde sua equipe injetou tinta azul misturada com água salina na bexiga de 5 voluntárias que conseguiam realizar o esguicho. Um voluntário do sexo masculino, então, as estimulou até que o squirting ocorresse, quando um pesquisador participante coletava a emissão em um recipiente esterilizado (o que não é fácil, segundo os cientistas, já que a direção varia).

O líquido era azul em todas as amostras, mostrando que ele vinha, de fato, das bexigas, mas ainda ficaram outras perguntas a serem respondidas, como a composição do esguicho, o motivo de algumas mulheres não o expelirem, e muito mais. Todas as participantes tinham um bom controle da bexiga, então a causa não era incontinência urinária.

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A ejaculação feminina foi experienciada por 4 das 5 voluntárias do estudo, ou seja, emitiram um líquido denso e leitoso de pequenas glândulas próximas à uretra, chamadas Glândulas de Skene, também chamadas de "próstata feminina". O fluido em questão contém antígeno prostático específico (PSA), também presente na ejaculação da próstata masculina.

O líquido expelido por 4 das voluntárias continha PSA, então é provável que elas tenham produzido a ejaculação feminina mais ou menos ao mesmo tempo em que esguicharam o líquido da bexiga e eles se misturaram na uretra. O componente principal do squirting, segundo análise pelas pesquisadoras, era urina.

Outras pesquisas, como a da sueca Jessica Påfs, da University of Gothenburg, entrevistaram mulheres para saber mais sobre suas experiências com o esguicho. Nesse caso, das 28 entrevistadas, algumas relatavam imenso prazer na ocorrência, enquanto outras a consideravam superestimada ou embaraçosa. Em alguns casos, o squirting era involuntário, mas algumas delas aprenderam a realizá-lo com treino.

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A mesma pesquisa examinou a prática em Ruanda, onde é altamente celebrada, e onde as mulheres relatavam ter a maior satisfação possível na ocorrência. Nas entrevistadas do país, o squirting é ligado ao relaxamento e libertação, e sua prática é, inclusive, passada de geração em geração.

Fonte: International Journal of UrologyJournal of Sexual MedicineSexualities