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Esta é a nova estratégia das prefeituras para afastar os "sommeliers de vacina"

Por| Editado por Luciana Zaramela | 06 de Julho de 2021 às 18h25

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Seventyfourimages/Envato Elements
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Mesmo com a falta de vacinas contra o coronavírus SARS-CoV-2 no Brasil, uma nova moda começou a surgir na fila dos postos de saúde: pessoas aptas a serem imunizadas, mas querendo escolher qual vacina tomar e recusando determinadas fórmulas, sem critérios médicos. Indivíduos com esse comportamento foram batizadas de "sommeliers de vacina" e emperram a vacinação contra a COVID-19. Agora, prefeituras buscam reduzir o efeito dessa atitude.

Para evitar o comportamento, algumas prefeituras não divulgam mais quais imunizantes estão aplicando previamente e outras adotam um termo de recusa, que, ao ser assinado, a pessoa consente que recusou uma fórmula aprovada pela Agência Nacional de Saúde (Anvisa) e deve ir para o final da fila. Estes são os casos de Criciúma (SC) e de São Bernardo do Campo (SP), por exemplo.

Vale lembrar que o foco de uma campanha nacional de imunização, como a do coronavírus, é alcançar uma ampla cobertura vacinal, ou seja, atingir um número significativo de pessoas. Com essa porcentagem de pessoas imunizadas, a tendência é que se reduza as transmissões da doença e ela, por sua vez, seja controlada. Dessa forma, adiar o momento da vacinação vira um desafio extra para a estratégia de saúde pública, que pode salvar vidas.

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Nas redes sociais, os "sommeliers de vacina" já viraram piada, diante da gravidade da COVID-19 no Brasil e na recusa de se protegerem contra o vírus. Em contrapartida, ganham força postagens nas redes sobre as supostas vacinas mais desejadas: a KiTem; KiTiver; e a KiTiDerem. São variações divertidas (e resumidas) da seguinte frase: "tomei a vacina que estava disponível no posto de saúde, quando chegou a minha vez".

O que as prefeituras estão fazendo?

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No estado de Santa Catarina, na cidade de Criciúma, pelo menos 929 pessoas já recusaram a vacina contra a COVID-19 no momento da aplicação, segundo a prefeitura. Após observar a tendência, a cidade adotou um termo de responsabilidade e ciência para estes indivíduos. Por decreto municipal, agora, quem quiser escolher um imunizante deve ir para o final da fila. Inclusive, as redes sociais do município adotam a hashtag #eunãoescolhovacina.

Em Belo Horizonte, a capital de Minas Gerais, a prefeitura direciona imunizantes específicos para cada faixa etária. Por exemplo, pessoas de 59 a 53 anos recebem a Covishield (AstraZeneca/Oxford), de 52 anos a CoronaVac, de 51 anos a Pfizer/BioNTech, de 50 anos a Janssen (Johnson & Johnson), de 49 anos a Pfizer/BioNTech e de 48 e 47 anos a Covishield. Conforme a idade abaixa, novas orientações devem ser divulgadas.

No estado de São Paulo, diferente cidades também adotaram medidas para conter as pessoas que desejam escolher as vacinas. Em São Bernardo do Campo, o município adotou um termo de responsabilidade "depois que pelo menos 300 pessoas desistiram da aplicação da vacina após saberem a marca do fabricante do imunizante que seria aplicado". Agora, quem desistir da imunização precisa assinar um documento e aguardar o final do processo de imunização de toda a população adulta para ter uma segunda chance.

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Em São Caetano do Sul, a pessoa que não quiser receber a vacina disponível deve assinar um termo de recusa e ir para o fim da fila. Além disso, "a prefeitura deixou de informar antecipadamente a origem do imunizante a ser aplicado em cada grupo. Agora, as pessoas só tomam conhecimento de qual vacina receberão no momento da aplicação", informou em nota. Antes da mudança, 647 pessoas tinham recusado, mas, na última semana, apenas 12 casos de recusa foram registrados.

Especialistas defendem importância da vacinação

Segundo a epidemiologista e ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Carla Domingues, a adoção do termo de recusa é uma alternativa válida para conter a escolha de vacinas. "Existe uma ordem hierárquica, então, se chegou sua vez e a pessoa não quer tomar a vacina, ela está abrindo mão do seu direito e passa a vez para outra pessoa que quer tomar. Cada município está fazendo sua regulamentação. É uma forma rápida de resolver", explicou a médica para o jornal Valor.

"O sommelier de vacina não entende que a vacinação é uma ação coletiva. Precisamos acelerar a vacinação e ter todo mundo vacinado, independentemente da vacina. É um equívoco pensar que existe uma vacina melhor que outra. Apesar da eficácia diferente, elas têm o mesmo objetivo que é prevenção de gravidade e óbito, e para isso são muito similares", completou.

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Fonte: Com informações: Valor