Erva daninha faz novo tipo de fotossíntese que permite resistir à seca
Por Nathan Vieira | Editado por Luciana Zaramela | 08 de Agosto de 2022 às 11h21
![Ehteshamul Haque Adit/Unsplash](https://t.ctcdn.com.br/-8JrQ7E7E_8iROCiXnZzQMBMLNQ=/640x360/smart/i619753.jpeg)
Em um novo estudo publicado na revista Science Advances, uma equipe de pesquisadores descreveu como a planta Portulaca oleracea (uma espécie de erva daninha) consegue fazer um novo tipo de fotossíntese capaz de fornecer resistência à seca.
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Conforme dissertam os autores, essa combinação muito rara de características leva a erva daninha a ser uma espécie de "super planta", com direito a uma variedade de mecanismos distintos para melhorar a fotossíntese.
Para se ter um parâmetro, o milho e a cana-de-açúcar desenvolveram uma fotossíntese chamada C4, que permite que a planta permaneça produtiva sob altas temperaturas. Já os cactos possuem outro tipo chamado fotossíntese CAM, que as ajuda a sobreviver em desertos e outras áreas com pouca água. Esses dois tipos de fotossíntese representam funções diferentes, mas recrutam a mesma via bioquímica para atuar como "complementos" à fotossíntese regular.
O que torna a Portulaca oleracea única é que ela possui essas duas adaptações evolutivas, que permitem que ela seja altamente produtiva e também muito tolerante à seca. A combinação é improvável, e despertou a atenção da comunidade científica.
Para entender melhor essa espécie de erva daninha, os pesquisadores analisaram a expressão gênica nas folhas da planta. Descobriu-se então que as atividades C4 e CAM estão totalmente integradas, e operam nas mesmas células, acarretando níveis incomuns de proteção para uma planta desse tipo em épocas de seca.
Compreender essa característica da erva daninha pode ajudar os cientistas a criar novas maneiras de projetar culturas para ajudar a resistir à seca prolongada. Trata-se de um avanço a longo prazo para a ciência.
Fonte: Science Advances via Phys.org