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Embriões humanos podem ser desenvolvidos por mais de 14 dias; e agora?

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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iLexx/Envato Elements
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Nos próximos anos, a ciência deve alcançar um novo patamar sobre a genética e as células-tronco. Isso porque, agora, cientistas terão autorização para cultivar embriões humanos, em laboratório, por mais de 14 dias, após atualização das diretrizes da Sociedade Internacional de Pesquisa em Células-Tronco (ISSCR). Mas calma, os experimentos ainda serão controlados, fiscalizados e outras regras serão aplicáveis.

A antiga "regra" dos 14 dias vigorava desde o final dos anos 1900 e era respeitada, oficialmente, pela maioria dos pesquisadores do mundo. Esse prazo máximo foi estabelecido quando foi introduzida a técnica da fertilização in vitro (FIV), ou seja, quando a capacidade de desenvolver embriões humanos em ambientes de laboratório remodelou todo o cenário científico.

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Por volta do 15º de desenvolvimento, o embrião começa a desenvolver uma estrutura celular conhecida como "linha primitiva", que representa, por sua vez, o início da gastrulação. Vale explicar que a gastrulação ocorre quando há a formação de múltiplas camadas de células e com diferentes funções. Dessa forma, um dia antes foi considerado o tempo limite para o desenvolvimento de um embrião em laboratório.

E agora, como ficam os experimentos com embriões humanos?

A nova diretriz da ISSCR estabelece que cada caso estará sujeito a uma análise ética rigorosa e uma aprovação preliminar para que o experimento tenha autorização de dar continuidade ao crescimento de um embrião por mais de duas semanas.

“O fato dessas diretrizes terem sido desenvolvidas pela própria comunidade de pesquisa indica um profundo senso de responsabilidade, de integridade e de um desejo ativo de garantir que a ciência esteja em sintonia com a comunidade”, defende a professora Melissa Little, cientista do Instituto de Pesquisa Infantil Murdoch (MCRI) e presidente da ISSCR, em comunicado.

Além disso, “novas abordagens científicas continuam surgindo em todas as áreas, mas principalmente em torno da ciência das células-tronco. Algumas dessas tecnologias emergentes apresentam desafios éticos, mesmo quando o benefício para a saúde humana pode ser o objetivo de longo prazo”, pontua Little. Nestes casos, os pesquisadores poderão dar continuidade aos estudos.

“Com os avanços na edição de genes, existe a perspectiva de desenvolvimento de células geneticamente modificadas. Embora isso traga uma grande promessa de novos tratamentos, também é importante ter essas pesquisas monitoradas e aprovadas. Em todos os casos, as diretrizes descrevem onde uma tecnologia tem potencial para fazer o bem, mas deve ter supervisão regulatória”, completa sobre as perspectivas futuras.

Fonte: IFL Science