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Em testes: vírus editado pode ser usado em vacinas contra coronavírus

Por| 13 de Abril de 2020 às 15h45

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Na corrida global por uma vacina contra o novo coronavírus (SARS-CoV-2), pesquisadores da Universidade de Iowa (UI) e da Universidade da Geórgia, ambas nos Estados Unidos, parecem ter descoberto um caminho viável. O possível medicamento está sendo desenvolvido a partir de uma vacina que protege, totalmente, camundongos contra uma dose letal do MERS-CoV, o coronavírus que causa a síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS).

Como publicado no periódico científico mBio, a vacina para a MERS contém uma versão inócua e editada geneticamente de outro vírus, o parainfluenza (PIV5). Esse vírus pode infectar muitos mamíferos como cachorros, mas não causa doenças em humanos, por exemplo.

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Fase de testes

Para produzir essa vacina contra a MERS, um novo gene é adicionado na estrutura de um vírus de RNA, o PIV5. A partir da adição, os pesquisadores incluem no vírus uma proteína espinhosa, conhecida como spike. Como parte da estrutura externa do vírus, essa proteína se aglomera sobre a camada externa do vírus formando uma coroa, muito similar à dos dois coronavírus, principalmente o MERS-CoV. Ou seja, quando a vacina é injetada no organismo dos camundongos, respostas imunes contra essa proteína já iniciam a produção de anticorpos contra esse patógeno. 

Para os testes de eficácia, os animais foram divididos em dois grupos. O primeiro foi vacinado com a versão do vírus editada geneticamente com a proteína spike, que deixa o MERS inativo, e o outro recebeu a vacina sem os novos genes. Quatro semanas após os camundongos terem recebido a vacina, os cientistas injetaram nos dois grupos uma cepa do tipo mais letal do vírus da MERS. Somente os roedores que receberam a vacina com o novo gene sobreviveram.

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Expectativa

Em testes pré-clínicos, in vivo [dentro do organismo desses animais], foi observado que apenas uma dose da vacina, administrada aos camundongos intranasalmente, os protegeu totalmente de uma cepa letal do coronavírus da MERS e ainda melhorou a eliminação do vírus no pulmões — região do organismo mais afetada pela COVID-19.

"Nosso novo estudo indica que o PIV5 pode ser uma base de vacina útil para doenças emergentes por coronavírus, incluindo o SARS-CoV-2, o vírus que causa a pandemia da COVID-19 em andamento", explica Paul McCray, médico e professor de pediatria da UI Carver College of Medicine, em comunicado. 

“Utilizando a mesma estratégia, foram geradas candidatas à vacina baseadas no PIV5 que expressam a proteína espinhosa do SARS-CoV-2. Estamos planejando mais estudos em animais para testar a capacidade das vacinas baseadas em PIV5 na prevenção de doenças causadas por SARS-CoV-2”, comenta McCray sobre os próximos passos.

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COVID-19 X MERS

As infecções por coronavírus da MERS e da COVID-19 podem levar a doenças pulmonares graves, como a síndrome de angústia respiratória do adulto (SDRA). No entanto, a MERS é mais mortal que a COVID-19 — a diferença, então, está na capacidade de propagação entre os vírus. 

Só existem 2.494 casos de MERS relatados pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e apenas 858 mortes desde 2012, quando o vírus surgiu. Enquanto isso, só nos últimos meses, a COVID-19 já infectou mais de um milhão e meio de pessoas em todo o mundo e mais de 80 mil pessoas faleceram em decorrência da infecção.

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A boa notícia é que essa vacina contra a MERS, em fase de desenvolvimento para humanos, é considerada mais eficaz, pelo menos durante os testes em animais para a imunização contra a doença, o que faz dela um bom caminho para uma versão contra a COVID-19 para ser aplicada em seres humanos.

Fonte: Science Daily e Gen News