Em pesquisa, Butantan vai vacinar a população de uma cidade inteira contra COVID
Por Natalie Rosa | 09 de Fevereiro de 2021 às 10h05
Em Serrana, município de São Paulo, todos os moradores com mais de 18 anos serão vacinados contra a COVID-19. A iniciativa faz parte de um projeto do Instituto Butantan em parceria com o Hospital Estadual de Serrana como um método de pesquisa de vacinação em massa. Devem receber as doses, pelo menos, 30 mil pessoas.
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A vacinação será feita com a divisão da cidade em 25 partes, formando quatro regiões separadas por cores, e acontecerá de quarta-feira a domingo de acordo com cada cronograma. Inicialmente, serão imunizados moradores da região verde, entre 17 a 20 de fevereiro, na sequência a população da região amarela, de 24 a 27 de fevereiro, da região cinza, entre 3 a 6 de março, e finalmente da região azul, entre os dias 10 a 13 de março.
Os moradores irão começar a se cadastrar a partir desta quarta-feira (10), sendo devidamente orientados sobre suas respectivas cores, e os postos de vacinação serão montados em oito escolas. Dimas Covas, presidente do Instituto Butantan, conta que a cidade de Serrana foi a escolhida para fazer parte do estudo por ser de alta prevalência do coronavírus, contando ainda com quase o dobro da quantidade de pessoas ativas para a doença em comparação com outros municípios.
Com a vacinação, o Butantan conseguirá verificar o impacto da vacina em uma cidade inteira. "Foram feitos vários estudos clínicos para verificar qual a eficácia da vacina com relação à proteção. Nenhum foi desenhado para demostrar o efeito sobre a epidemia e as graves condições que a epidemia determina", diz Covas. A vacinação é opcional, mas o Butantan deixa clara a importância da participação.
"Com isso a gente acompanha a evolução da epidemia, avaliando aspectos técnicos que permitirão fazer cálculos, projeções, calcular se a vacina é eficaz em diminuir a transmissão", explica o diretor. "É uma tragédia econômica social, que quebra laços e o funcionamento normal de uma sociedade. Isso não é avaliado pelos estudos clínicos por isso temos que ter uma visão mais global", completa Covas.
Fonte: Agência Brasil