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Elmo | Capacete para tratamento da COVID-19 tem eficácia comprovada; confira

Por| 05 de Novembro de 2020 às 15h20

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Nico Franz/ Pixabay
Nico Franz/ Pixabay

Na luta contra o novo coronavírus (SARS-CoV-2), há inúmeras iniciativas em desenvolvimento por pesquisadores brasileiros, como o capacete Elmo. Criado por uma força-tarefa de instituições cearenses, o equipamento de respiração ajuda na recuperação de pacientes da COVID-19 e reduz em 60% a necessidade de internação em leitos de UTI. Agora, responsáveis pela iniciativa compartilham os resultados positivos do estudo clínico com o capacete.

A ideia por trás do aparelho surgiu há cerca de oito meses, quando a COVID-19 estava em seu auge no estado do Ceará. Em busca de formas eficazes de evitar o agravamento de casos de infecção pelo coronavírus, pesquisadores começaram a trabalhar em um protótipo de equipamento que fornecesse oxigênio para os doentes e auxiliasse na respiração. Hoje, o Elmo atende quadros moderados da infecção e durante o início de casos mais graves.

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Como funciona o capacete contra a COVID-19?

Para pacientes da COVID-19, os resultados dos testes clínicos realizados com o Elmo foram divulgados na quarta-feira (4). De acordo com os responsáveis da iniciativa, um dos objetivos do equipamento é prevenir complicações da infecção, como intubação, e evitar que o paciente seja encaminhado para um leito de UTI.

“Os testes com o Elmo mostraram que ele funciona para o que ele se propõe que é oferecer oxigênio, oferecer uma pressão ao redor da face do paciente, que auxilia a respiração, com isso melhora a capacidade respiratória e a ajuda a prevenir que o paciente precise de uma intubação e de um leito de UTI, por exemplo, com respirador”, explica Marcelo Alcântara Holanda para o G1.

Quanto ao uso do Elmo, “você usa durante uma, duas horas, para um pouco e coloca outro dispositivo para descansar do uso do aparelho. Depois reinstala o Elmo, conforme a evolução do paciente”, comenta Holanda. De forma geral, o equipamento pode ser usado para quadros em que há dificuldade de respiração, mas que não necessite de um respirador de UTI.

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Testes de eficácia do capacete

Para verificar a eficácia do equipamento, dez pacientes —  com idades entre 37 e 76 anos e com comorbidades —  internados no Hospital Leonardo da Vinci (HLV), no Ceará, utilizaram o capacete durante o tratamento da COVID-19. “Não eram pacientes com quadro leve, eram pacientes com quadro moderado a grave, mas que tinham condições de usar o Elmo. O resultado foi excelente porque todos melhoram em algum grau a oxigenação e seis desses pacientes não precisaram ser entubados, o que é bastante significativo”, afirma Marcelo.

“Esperávamos que metade dos pacientes se beneficiassem, mas foi acima do esperado. E não eram casos leves, todos utilizavam doses altas de oxigênio. Estavam numa situação limítrofe, com risco de internação em leitos de UTI, e melhoraram relativamente rápido”, completa o pesquisador. Em porcentagem, o uso do equipamento reduziu em 60% a necessidade de internações, já que apenas quatro das dez pessoas que usaram o capacete deram entrada na UTI.

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Entre os voluntários da pesquisa, estava uma mulher de 70 anos. Em depoimento, a paciente comenta: “Foi muito bom. Usei dois dias, o primeiro dia usei quatro vezes, e no segundo duas. Melhorava muito a minha respiração. Depois, não precisou mais”. Atualmente, a voluntária se recuperou da COVID-19. 

Próximos passos da pesquisa cearense

Agora, a proposta é que o capacete possa ser disponibilizado em várias unidades de saúde e produzido em massa. Nesse caminho, os testes, que foram autorizados pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), eram um dos requisitos exigidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para conceder autorização de produção para o Elmo. Com a eficácia comprovada, o aval foi concedido à Esmaltec, empresa que vai fabricá-lo e comercializá-lo. 

Para o desenvolvimento do capacete, uma série de entidades de pesquisa colaborou, como: Escola de Saúde Pública do Ceará; Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap); Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec); Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai/Ceará); Universidade Federal do Ceará (UFC); e Universidade de Fortaleza (Unifor).

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Fonte: Escola de Saúde Pública do Ceará G1