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Efeito nocebo: mesmo quem não toma vacina em estudo sente os efeitos colaterais

Por| Editado por Luciana Zaramela | 20 de Janeiro de 2022 às 12h30

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Prostock-studio/Envato Elements
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Pesquisadores norte-americanos descobriram que mais de 35% das pessoas que receberam o placebo — substância ineficaz, como uma injeção de soro fisiológico — relatam efeitos adversos da vacinação contra a covid-19, como dores de cabeça e fadiga. A situação, no mínimo, curiosa é conhecida como efeito nocebo.

Para chegar a essa conclusão, foram analisados mais de 22 mil relatos de voluntários que participaram dos estudos clínicos de imunizantes contra o coronavírus SARS-CoV-2 e receberam o placebo. Publicado na plataforma JAMA Network Open, o estudo foi liderado por pesquisadores do Beth Israel Deaconess Medical Center (BIDMC).

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“Coletar evidências sistemáticas sobre essas respostas nocebo em testes de vacinas é importante para a vacinação contra a covid-19 em todo o mundo, especialmente porque a preocupação com os efeitos colaterais é relatada como uma razão para a hesitação da vacina”, explica a cientista Julia W. Haas, do BIDMC.

Efeitos nocebo e placebo

No dia a dia, é muito mais comum escutar que tal coisa teve um efeito placebo. Isso significa que uma pessoa teve melhora da saúde física ou mental após um tratamento sem benefício terapêutico farmacológico. Muito provavelmente, o efeito é apenas psicológico, embora o fenômeno não seja completamente compreendido.

Só que, às vezes, o efeito placebo também pode "prejudicar" uma pessoa e, nessas condições, ela pode sentir efeitos colaterais de um tratamento sem efeitos farmacológicos, como um comprimido de açúcar que causa náuseas ou uma "vacina" com solução salina que causa fadiga. Estes casos recebem o nome de efeito nocebo.

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Entenda o estudo sobre os efeitos colaterais

De acordo com a meta-análise, mais de 35% das pessoas que receberam um placebo — no lugar da vacina contra a covid-19 — relataram pelo menos um efeito adverso após a primeira dose. Dor de cabeça (19,6%) e fadiga (16,7%) foram os desdobramentos mais relatados. Agora, no grupo que recebeu a primeira dose da vacina, os relatos foram feitos por 46% dos imunizados.

Pensando na segunda dose, os eventos adversos entre o grupo placebo caíram para 32%. Por outro lado, os voluntários que receberam a vacina relataram mais efeitos colaterais. Neste grupo, a porcentagem chegou a 61%.

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Qual é a causa?

“Sintomas inespecíficos como dor de cabeça e fadiga — que demonstramos ser particularmente sensíveis ao nocebo — estão listados entre as reações adversas mais comuns após a vacinação contra a covid-19 em muitos folhetos informativos”, explica o pesquisador Ted J. Kaptchuk, da Harvard Medical School.

“Evidências sugerem que esse tipo de informação pode fazer com que as pessoas atribuam erroneamente sensações cotidianas comuns como decorrentes da vacina", explica Kaptchuk. Outra possibilidade é que esse conhecimento cause ansiedade e preocupação nos indivíduos, o que os tornam mais vigilantes sobre mudanças no corpo.

Fonte: JAMA Network Open e BIDMC