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Ebola pode ressurgir após ficar dormente no corpo humano por cinco anos

Por| Editado por Luciana Zaramela | 16 de Setembro de 2021 às 14h13

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CDC/Unsplash
CDC/Unsplash

Um novo estudo publicado na revista Nature sobre o vírus Ebola demonstrou uma habilidade até então desconhecida pela ciência. Um novo surto, registrado no início deste ano em Guiné, na África, foi vinculado a uma infecção que datava de cinco anos atrás, o que representa um período inédito de dormência do patógeno no organismo.

Cientistas até então já sabiam que o Ebola poderia se manter dormente em um paciente, mas esse prazo de cinco anos muda o entendimento sobre os riscos da doença e o surgimento de novos surtos.

Em janeiro de 2021, Guiné teve um pequeno surto com 16 infectados, dentre os quais 12 morreram por causa da doença. Os danos não foram maiores porque uma experiência anterior com o vírus, entre os anos de 2013 e 2016, deixou o país equipado para lidar com a crise e em alerta para novos casos.

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No entanto, ao realizar a análise genômica do vírus no novo surto, os pesquisadores perceberam que a cepa circulante no surto de 2021 continha basicamente as mesmas mutações observadas na onda de 2016. O vírus neste formato específico já não é mais encontrado em morcegos na natureza, o que leva à conclusão de que ele ficou “congelado no tempo”, sem sofrer mutações novas em um hospedeiro humano até se manifestar novamente.

A análise mostra que houve pouquíssimas mutações nesse período; o ritmo normal de transformação do vírus seria cinco vezes mais rápido do que o observado nas amostras.

No passado, já havia se observado a presença viral no sêmen após 500 dias da infecção e ao menos um caso de transmissão detectada após esse período, mas nada parecido com cinco anos.

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O que não se sabe até o momento é em qual tecido o Ebola consegue se “esconder” por tanto tempo e os mecanismos que permitem a ele esse período de dormência. Em geral, vírus de RNA permanecem no organismo se integrando ao genoma do hospedeiro, mas não parece ser o caso do Ebola, que não tem os genes necessários para isso.

De qualquer forma, trata-se de um evento raro, conforme avaliado em estudos do passado. Atualmente, há 17 mil sobreviventes do surto de 2013-2016, então há espaço para que casos incomuns ocorram.

O estudo pode ser acessado por meio deste link.

Fonte: Ars Technica