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É uma boa ideia trocar cigarro por vape?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 31 de Maio de 2023 às 16h31

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Edgar Martínez/Pexels
Edgar Martínez/Pexels

Vale a pena trocar o cigarro convencional pelos eletrônicos? Essa é uma questão levantada por muitos. Para respondê-la, vários cientistas já conduziram estudos pautados na comparação entre os dois métodos. E como nesta quarta-feira (31), celebra-se o dia mundial sem tabaco, nossa equipe reuniu tudo o que você precisa saber.

A boa notícia é que o número de pessoas que se declaram fumantes diminuiu com o passar dos anos. Segundo a Pesquisa Mundial de Saúde, em 2003, 22,4% dos brasileiros fumavam. Cinco anos depois, o percentual caiu para 18,5%. Depois de 11 anos, em 2019, o índice ficou em 12,6%.

Em paralelo, durante uma pesquisa feita com 178 mil pessoas, a empresa de medicina ocupacional e segurança do trabalho RHMED|RHVIDA registrou que apenas 7% são fumantes.

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O que é tabaco?

Antes de continuar, vamos entender a definição de tabaco. O Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas, da Unifesp, define o tabaco como uma planta de nome cientifico Nicotiana tabacum, da qual é extraída uma substância chamada nicotina, seu princípio ativo. No tabaco, é possível encontrar um número considerável de outras substâncias. Algumas são consideradas tóxicas, como terebentina, formol, amônia ou naftalina.

Na prática, o tabaco produz um pequeno aumento nos batimentos cardíacos, na pressão arterial, na frequência respiratória e na atividade motora. No sistema digestivo, reduz as contrações do estômago, dificultando a digestão. A substância também é irritante para os pulmões e provoca insônia.

Trocar cigarro por vape é uma boa ideia?

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Cada vez mais tem-se falado nos prejuízos causados pelos vapes, ou cigarros elterônicos, à saúde — ao ponto de o assunto ter chamado a atenção de diversos especialistas. Anteriormente, Alexandre Todorovic Fabro, médico patologista e associado da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), nos explicou qual dos dois é mais nocivo, vape ou cigarro: “O cigarro eletrônico causa as mesmas doenças que o cigarro comum e também lesões mais agudas, como a destruição de pneumócitos — as células que revestem os alvéolos pulmonares — por queimadura provocada pelo vapor quente combinado às substâncias tóxicas."

Na ocasião, Fabro comparou a situação com a da fumaça tóxica inalada durante um incêndio. Com este tipo de dano, “se a pessoa não morre, forma uma pneumonia que deixa marcas no pulmão como se fossem cicatrizes internas”, afirmou.

Em um estudo do InCor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP), pesquisadores descobriram que usuários de cigarros eletrônicos apresentam níveis de nicotina equivalentes ao consumo de 20 cigarros tradicionais por dia.

A análise foi realizada com 21 usuários de cigarro eletrônico. Em todos os pacientes, os valores de cotinina (substância identificada pelo exame de urina) encontrados no organismo foram de 600 ng/ml (nanograma por ml). Já em 2021, cientistas do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontaram que o risco de iniciação ao tabagismo é maior entre usuários de cigarro eletrônico.

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Por outro lado, uma pesquisa do King's College London chegou para reforçar a ideia de que trocar o cigarro pelo vape reduz os riscos à saúde, graças ao menor grau de exposição a substâncias tóxicas que causam câncer, doenças pulmonares e cardiovasculares. No entanto, vale reforçar que tanto o cigarro convencional quanto o eletrônico são nocivos à saúde e, atualmente, a orientação de pneumologistas e oncologistas é que o fumante pare com o vício o quanto antes, em vez de tentar substituí-lo por outro mais ou menos nocivo.

Benefícios de parar de fumar

Segundo a RHMED|RHVIDA, parar de fumar vale a pena em qualquer momento da vida, mesmo que o fumante já esteja com alguma doença causada pelo cigarro, como câncer, enfisema ou derrame.

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A empresa também destaca os impactos positivos que largar o cigarro causa ao organismo:

  • Após 20 minutos, a pressão sanguínea e a pulsação voltam ao normal.
  • Após 2 horas, não há mais nicotina circulando no sangue.
  • Após 8 horas, o nível de oxigênio no sangue se normaliza.
  • Após 12 a 24 horas, os pulmões já funcionam melhor.
  • Após 2 dias, o olfato e o paladar também melhoram.
  • Após 3 semanas, a respiração e a circulação ficam estáveis.
  • Após 1 ano, o risco de morte por infarto do miocárdio é reduzido à metade.
  • Após 10 anos, o risco de sofrer infarto será igual ao das pessoas que nunca fumaram.

Em 2021, analistas do Jefferies (um banco de investimentos independente multinacional americano, voltado também a serviços financeiros) estimaram que o tabagismo pode estar extinto em 20 anos.

Essa estimativa é baseada no fato de que governos e empresas de tabaco estão do mesmo lado nessa mudança, à medida que mais países adotam metas antitabagismo e as empresas se concentram em levar os fumantes a consumir produtos de risco reduzido, como vapes e nicotina oral, por exemplo.

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Como parar de fumar?

Anteriormente, em entrevista ao Canaltech, a Dra. Jaqueline Scholz — coordenadora de ações relativas ao tabagismo da Sociedade Brasileira de Cardiologia — deu dicas de como parar de fumar. Em suas palavras, a tomada de decisão é fundamental.

"No entanto, tomar a decisão não significa que você vai conseguir. Às vezes, mesmo bem intencionado, há uma série de sintomas desagradáveis que fazem o fumante mudar de ideia. Tabagismo é uma dependência, então a primeira coisa é reconhecer isso. Viu que é difícil? Procura ajuda. Na maior parte das vezes haverá sintomas, haverá sofrimento", orientou a profissional.

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Enquanto isso, o Oncoclínicas (grupo exclusivamente dedicado ao tratamento do câncer no Brasil) traz dicas para vencer a tentação e superar o hábito de fumar:

  • Ao acordar se comprometa a não fumar
  • Anote os três maiores motivos para deixar de fumar
  • Anote os cigarros mais difíceis de cessar e elabore uma mudança comportamental para superá-los
  • Anote três hábitos ou gatilhos que aumentam o seu risco de fumar
  • Faça uma pequena caminhada
  • Beba água nos momentos de fissura
  • Inicie ou aumente as atividades físicas
  • Converse com um amigo
  • Acesse um vídeo relaxante
  • Masque uma goma ou chupe uma bala com pouco açúcar
  • Inspire lenta e profundamente pelo nariz e expire lentamente pela boca
  • Repita mentalmente por várias vezes "eu não me permito fumar!"
  • Modifique ou evite uma rotina que aumentava o risco de fumar
  • Evite uma situação (gatilho) que aumenta o risco de fumar
  • Evite um hábito que aumenta o risco de fumar
  • Anote os benefícios alcançados após alguns dias sem fumar
  • Limpe seu carro para retirar o odor do tabaco
  • Evite locais com fumantes
  • Comprometa-se a abrir mão de algo que gosta muito caso volte a fumar
  • Procure auxílio médico para apoio no processo de cessar o tabagismo

Por que o cigarro vicia?

Segundo os cientistas, o cigarro é especialmente viciante quando levado para os pulmões porque "o início dos efeitos semelhantes a estimulantes ocorre muito rapidamente por essa via de administração". Os sintomas de abstinência incluem incapacidade de concentração, insônia, depressão e falta de apetite, e fazem parte do processo de quem deseja parar de fumar de uma vez por todas.

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Fonte: National Institute on Drug Abuse, NHSThe Guardian, Unifesp