Doenças afetam homens e mulheres de maneira diferente; veja lista
Por Nathan Vieira | Editado por Luciana Zaramela | 03 de Maio de 2024 às 12h45
Quais doenças afetam mais os homens e quais afetam mais as mulheres? Um relatório da Universidade de Washington (EUA) disponibilizou essas informações por meio de dados obtidos pelo programa Global Burden of Disease (GBD). O material completo consta na revista Lancet Public Health.
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Conforme revela o estudo, os homens são mais afetados por cirrose (56,7%) e câncer de pulmão (57% a mais). Em contrapartida, as mulheres são afetadas com dor lombar (61%) e ansiedade (65%).
Segundo o estudo, as diferenças de saúde entre mulheres e homens continuam a crescer com a idade, deixando as mulheres com níveis mais elevados de doenças e incapacidades ao longo da vida, porque tendem a viver mais do que os homens.
“Um ponto-chave que o estudo destaca é como as mulheres e os homens diferem em muitos fatores biológicos e sociais que flutuam e, por vezes, se acumulam ao longo do tempo, resultando em experiências diferentes de saúde e doença em cada fase da vida e entre regiões do mundo”, diz o estudo.
“Precisamos de planos e estratégias nacionais de saúde para responder às necessidades de saúde dos homens ao longo da vida, incluindo intervenções que visem riscos comportamentais, como o consumo de álcool e o tabagismo, que normalmente começam numa idade jovem”, alegam os autores.
Confira abaixo as doenças que têm mais impacto nos homens e as que têm mais impacto nas mulheres.
Em parêntese, podemos observar a diferença de um sexo para o outro (ou seja, quanto porcento a mais a doença afeta aquele determinado sexo):
Doenças que afetam mais os homens
- Câncer de pulmão (57%)
- Cirrose (56,7%)
- Doença cardíaca isquêmica (44,7%)
- Covi-19 (44,5%)
- Tuberculose (42,7%)
- Doença pulmonar obstrutiva crônica (36,1%)
- Infecção do trato respiratório (32%)
- AVC (29,3%)
- Doença renal crônica (22,7%)
- Diabetes (11,8%)
Doenças que afetam mais as mulheres
- Transtorno de ansiedade (64,8%)
- Dor lombar (60,9%)
- Dor de cabeça (58,1%)
- Transtorno depressivo (52%)
- Distúrbios músculo-esqueléticos (48,9%)
- Alzheimer (37,2%)
- HIV (14,1%)
Os pesquisadores apontam, ainda, que essas descobertas deixam em evidência os desafios de saúde significativos e únicos enfrentados pelos homens, com condições que levam a mortes prematuras, e a necessidade de intervenções que visem riscos comportamentais, como o consumo de álcool e o tabagismo.
Enquanto isso, é necessário levar em consideração a informação de que as condições de saúde mental afetam desproporcionalmente as mulheres em todas as regiões do mundo.
“Grandes causas de perda de saúde em mulheres, particularmente distúrbios músculo-esqueléticos e problemas de saúde mental, não receberam a atenção que merecem”, dizem os autores.
O estudo sobre as doenças que afetam mais homens ou mulheres finaliza com um apelo: práticas de saúde pública devem abordar as causas profundas das desigualdades na saúde.
Fonte: IHME, Lancet Public Health