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Doença do beijo: entenda os riscos da mononucleose no carnaval

Por  • Editado por Luciana Zaramela |  • 

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LightFieldStudios/Envato
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Quando chega o carnaval, muita gente quer sair para se divertir e também paquerar muito na folia. Mas nem só de alegria vive a festa: é importante ficar atento à saúde e se prevenir quanto a doenças facilmente transmissíveis, como é o caso da mononucleose — popularmente conhecida como doença do beijo.

O risco da infecção é mais frequente no carnaval, já que a festa é sinônimo de beijo na boca para muitos foliões, e esta é a principal forma de transmissão do vírus Epstein-Barr (VEB). Outros vírus, como o citomegalovírus e a toxoplasmose, também podem ser transmitidos pelo contato com a saliva.

"[A doença do beijo] ocorre principalmente em adolescentes e adultos jovens, entre 15 e 25 anos. Os sintomas incluem fraqueza, cansaço, febre, dor de garganta, aparecimento de placas na garganta, dores no corpo e dor de cabeça”, explica Dr. Fernando de Oliveira, infectologista e coordenador do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) do São Luiz Morumbi.

Como a doença não é de notificação compulsória, não existem dados oficiais sobre sua incidência.

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“Ao sinal de quaisquer sintomas incomuns [na boca], bem como o surgimento de lesões avermelhadas, esbranquiçadas ou ulceradas, estando sintomáticas ou não, é importante procurar atendimento médico ou odontológico”, recomenda Carolina Foot Gomes de Moura, professora do curso de Odontologia da Universidade Metropolitana de Santos.

Sintomas da doença do beijo

É importante destacar que a doença do beijo tem um longo período de incubação, estimado entre 30 a 45 dias. Isso significa que a pessoa infectada pelo vírus Epstein-Barr não vai estar doente na quarta-feira de cinzas, mas só um mês depois. Após esse período, alguns indivíduos podem ter e transmitir o agente infeccioso, de forma assintomática (sem sintomas).

Na fase inicial, os sintomas são semelhantes a várias outras doenças infectocontagiosas. “Mas, o que pode chamar a atenção para a mononucleose é o aparecimento de caroços, principalmente na região do pescoço e manchas no corpo”, complementa o infectologista.

Veja os sintomas mais comuns da doença do beijo:

  • Febre alta;
  • Dor de garganta;
  • Inchaço dos gânglios linfáticos (ao redor do pescoço e da garganta);
  • Mal-estar;
  • Congestão nasal e coriza, como se estivesse resfriado;
  • Manchas no céu da boca (petéquias no palato);
  • Comprometimento de fígado e baço, em casos mais graves.

Além de poder evoluir para sua forma mais grave e inflamar fígado e baço, a mononucleose pode resultar em complicações ainda maiores, como problemas hematológicos e, em casos raros, ruptura do baço, inflamações cardíacas e comprometimento neurológico.

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Doença é transmitida apenas pelo beijo?

Embora o quadro receba o nome de doença do beijo, não é o ato de beijar que transmite o vírus. Na verdade, o risco está no contato com secreções orais do indivíduo contaminado, como a saliva. Aqui, vale o contato indireto também, quando ocorre o compartilhamento de copos ou garrafas. Segundo o Ministério da Saúde, é a transmissão através da transfusão de sangue ou do contato sexual.

A principal medida de prevenção da “doença do beijo” é evitar contato com pessoas contaminadas. Outras ações como não compartilhar bebidas, alimentos e utensílios de uso pessoal, como escova de dente e batom.

Doença do beijo tem tratamento? E cura?

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Ainda "não há um tratamento específico para a doença do beijo. Geralmente, são indicados repouso e medicamentos que amenizam os sintomas", explica a infectologista Flávia Cunha Gomide para a Agência Brasil. Entre as possíveis medicações prescritas, estão os antitérmicos que controlam a febre. Outra indicação importante é o consumo de bastante água, evitando a desidratação do corpo.

Como a principal forma de transmissão da doença é a saliva, a única forma eficaz de evitar a infecção é não beijando e nem dividindo utensílios durante o carnaval, já que não existem vacinas. No entanto, fortalecer o sistema imunológico pode ser uma boa estratégia para reduzir os riscos de inúmeras doenças. Para isso, a pessoa deve basicamente manter hábitos saudáveis, praticar exercícios, se alimentar bem e ter boas noites de sono.

Embora exista tratamento para a fase aguda e sintomática da doença do beijo, a infecção pelo vírus não tem cura. Em outras palavras, uma vez infectada, a pessoa deve continuar com o agente infeccioso, mesmo que ele nunca mais se manifeste. Inclusive, existem estudos emergentes que associam o VEB com o risco aumentado para a esclerose múltipla.

Outras doenças comuns no carnaval

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Além da doença do beijo, o período de carnaval é marcado por alta nos casos de herpes, sífilis e sapinho (candidíase oral), já que também podem ser transmitidos por um simples beijo, especialmente quando a doença está na fase aguda. Se considerar as infecções transmitidas sexualmente, a lista do carnaval ainda pode aumentar. Por isso, a recomendação é aproveitar a festa com moderação.

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Fonte: Ministério da Saúde e Agência Brasil