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Desamparo, falta de oxigênio e terror: entenda a situação da COVID-19 na Índia

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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IciakPhotos/Envato Elements
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A situação da COVID-19 não está fácil, mas na Índia, a história é ainda mais intensa. Para se ter uma ideia, na última quarta-feira (21), mais de 20 pacientes com a doença morreram por falta de oxigênio. Na quinta (22), o país chegou a registrar o maior número global de novos casos da doença em 24 horas: 314 mil. Com isso, a Índia enfrenta uma segunda onda devastadora, com hospitais e crematórios sobrecarregados e uma escassez generalizada de oxigênio e medicamentos.

Uma das principais questões dessa crise é que o número de casos e mortes na Índia continua a aumentar rapidamente, alimentado por uma nova variante. Médicos na capital da Índia, Delhi, descrevem diariamente como a população morre nas ruas em frente aos hospitais enquanto o país luta para sobreviver. No total, a Índia confirmou mais de 17 milhões de infecções e 197.000 mortes.

Outro ponto é a escassez de espaço nas unidades de terapia intensiva (UTIs), o que leva a população a precisar dirigir por quilômetros para tentar encontrar uma cama para quem precisa. Em Delhi, os hospitais estão lotados e simplesmente recusam novos pacientes. Frente a isso, o governo chegou a anunciar que a infraestrutura médica militar seria disponibilizada aos civis.

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Atualmente, a Índia tem a maior demanda por oxigênio de todos os outros países de renda baixa, média-baixa e média-alta. Para tentar levar os suprimentos para onde são necessários, o governo iniciou agora uma espécie de expresso de oxigênio, com trens que transportam para onde houver demanda.

Em uma tentativa de combater a falta de camas, as autoridades indianas improvisaram enfermarias em vagões de trem. Pavilhões esportivos e estádios também foram convertidos em centros de tratamento improvisados ​​para aliviar a pressão sobre os hospitais.

Fogueiras improvisadas para cremação

Um fator que tem preocupado a população indiana é a escassez de espaço para cremar os mortos. Os crematórios na capital foram forçados a construir piras funerárias improvisadas. No crematório Sarai Kale Khan, da capital, pelo menos 27 novas piras foram construídas e dezenas de outras estão sendo adicionadas em um parque próximo. As autoridades também estão procurando por espaço adicional perto do leito do rio Yamuna na cidade.

Os trabalhadores dos crematórios estão operando continuamente, de manhã até a noite. Um funcionário disse ao jornal Indian Express que havia um tempo de espera de três a quatro horas para a cremação, com cada corpo levando até seis horas para queimar. A expectativa é que a demanda por cremação permaneça alta.

Em meio a esse cenário, o governador do estado de Karnataka, B. S. Yediyurappa, orientou a população: “É prudente dispor rápida e respeitosamente dos corpos de forma descentralizada, para evitar aglomerações nos crematórios e cemitérios”. Com forma “descentralizada”, o governador quis dizer que as famílias façam a disposição dos corpos de parentes cremando-os em suas próprias casas.

Fonte: BBC News (1, 2), Veja