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Dados móveis mostram: isolamento social é maior entre cidadãos com mais dinheiro

Por| Editado por Jones Oliveira | 02 de Junho de 2021 às 10h28

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Andre Penner/ AP Photo
Andre Penner/ AP Photo

Uma pesquisa realizada pelo governo dos Estados Unidos revelou que o índice de isolamento social, durante os primeiros meses de pandemia, foi maior entre as comunidades com mais poder aquisitivo. O estudo levou em conta dados anônimos de clientes de telefonia, com relação à região onde moram e deslocamentos feitos, e concluiu que a quarentena e o home office são privilégios de uma classe mais abastada.

De acordo com as informações da Pesquisa Sobre a Comunidade Americana, que faz parte do Censo dos Estados Unidos, as populações mais vulneráveis dos EUA também foram aquelas que mais tiveram de se expor ao novo coronavírus entre janeiro e agosto de 2020, período em que o levantamento foi realizado. O estudo cita a possibilidade de permanecer em quarentena, trabalhando de casa ou vivendo de reservas como um luxo inexistente para as famílias de menor poder aquisitivo.

A pesquisa também demonstrou elementos de desigualdade, apontando que, entre as comunidades de classe baixa, também estão presentes os menores índices de emprego que permitem o trabalho remoto. Da mesma forma, essa foi a realidade das regiões onde há maior número de indivíduos com diplomas de educação superior, enquanto nos bairros onde o índice educacional é mais baixo, houve menor adesão as medidas de isolamento social.

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As conclusões foram as mesmas nas 12 cidades avaliadas, com grandes metrópoles como Nova York, Los Angeles, São Francisco e Chicago entre elas. Os dados foram obtidos a partir de 45 milhões de usuários de linhas celulares, cujas informações foram avaliadas de forma anônima e cruzadas com a demografia dos municípios em que residem no período entre janeiro e agosto de 2020.

São dados que, também, se refletem nos números de contágio, como aponta Xiao Huang, da Fulbright College or Arts and Sciences, uma das instituições responsáveis pelo estudo. De acordo com o professor-assistente, que faz parte do departamento de geociência, há maior proporção de indivíduos mais pobres entre os contaminados e mortos pelo novo coronavírus em relação à população de maior poder aquisitivo, com as medidas de restrição atingindo a todos de maneira desigual.

O objetivo da pesquisa é indicar a melhor forma de aplicação de medidas governamentais, de forma a garantir auxílio àqueles que não podem aderir às medidas de isolamento, e avaliar o impacto de longo prazo da pandemia do novo coronavírus. Mais do que isso, de acordo com Huang, os achados são um reflexo de uma desigualdade há décadas existente na sociedade estadunidense e que agora se traduz nos números relacionados à contaminação.

Os resultados foram compilados com o uso de ferramentas de inteligência artificial e machine learning, que fizeram o cruzamento das informações usadas pelo Censo. Cinco universidades colaboraram com o levantamento, sendo quatro dos EUA e uma de Hong Kong, com os dados completos, incluindo cálculos, mapas de calor sobre o isolamento e demais informações sobre a disparidade social em cada uma das cidades analisadas foram publicados nos Anais da Associação Americana de Geógrafos.

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Fonte: Universidade do Arkansas, Anais da Associação Americana de Geógrafos, UOL Tilt