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Cyberpunk 2077 pode causar ataques epiléticos? Entenda a questão

Por| 09 de Dezembro de 2020 às 17h53

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Divulgação/CD Projekt Red
Divulgação/CD Projekt Red

Um dos mais aguardados lançamentos deste final de ano (e algumas vezes adiado), Cyberpunk 2077 pode causar ataques epiléticos — também conhecidos como crises convulsivas — em alguns usuários com pré-disposição, de acordo com o jornalista que testou o game e sofreu uma crise durante a jogatina. A previsão de lançamento oficial do game é amanhã (10), mas alguns veículos já o testavam para análises. 

Em resposta ao alerta da jornalista Liana Ruppert, a desenvolvedora CD Projekt Red já anunciou, na quarta-feira (8), que deve adicionar um aviso específico sobre ataques epiléticos ao Cyberpunk 2077. O estúdio polonês também informou que está trabalhando em "uma solução permanente" para esses problemas no game "o mais rápido possível".

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Atualmente, Cyberpunk 2077 já inclui um aviso detalhado no contrato de licença para o usuário final sobre os riscos. No entanto, as novas medidas devem destacar os eventuais riscos do game. Isso também deve tornar o aviso mais acessível à maior parte dos jogadores. Ainda não se sabe se essas alterações já estarão disponíveis a partir do dia 10.

Crises convulsivas com games?

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Em um artigo, a jornalista Liana Ruppert listou uma série de efeitos e pontos no game que poderiam ser motivo de preocupação para jogadores sensíveis a alguns gatilhos epilépticos, como ela. Nesse sentido, foram destacadas partes do game onde mais acontecem alterações com novos padrões de flashes e luzes.

Ruppert também detalhou que, em uma sessão chamada de Braindance, onde jogadores interagem com suas memórias, luzes brancas e vermelhas piscam em um padrão rápido por alguns segundos antes que a tela pisque em branco. Segundo a jornalista, essa cena lembra um dispositivo "que os neurologistas usam, na vida real, para desencadear uma convulsão, quando precisam presenciar uma para fins de diagnóstico".

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“Assim que tomamos conhecimento do artigo de Liana, entramos em contato com ela e agradecemos por compartilhar sua experiência, já que isso definitivamente colocou esse aspecto do jogo sob mais escrutínio”, afirmou um porta-voz do CD Projekt Red para o site The Verge. 

Histórico ataque com Pokémon

Pode parecer até curioso que pessoas tenham ataques epilépticos a partir de imagens que assistem, enquanto jogam, por exemplo. Só que isso não é novidade no universo da cultura pop. Em dezembro de 1997, o 38º episódio de Pokémon iria ao ar pela primeira vez no Japão. Após uma cena envolvendo uma batalha com  Pikachu, centenas de crianças em todo o país estavam tremendo, em convulsão, e algumas (cerca de 700) foram levadas às pressas para hospitais.

No episódio, Pikachu emanava uma altíssima descarga elétrica, e esse ataque foi responsável por uma explosão. Para representar a situação, o programa exibiu uma série de flashes vermelhos e azuis, que piscavam na tela por segundos. Depois, as crianças relataram enjoo, dores de cabeça, convulsões e até ataques epiléticos, em uma condição conhecida clinicamente como epilepsia fotossensível (causada por imagens e luzes). Na época, a série quase foi cancelada e o episódio não foi mais exibido.

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Vale esclarecer que se o usuário sentir tonturas, alterações na visão, espasmos oculares ou musculares, perda de consciência, desorientação, movimentos involuntários ou convulsões enquanto joga ou assiste a um vídeo, a atividade deve ser interrompida imediatamente. Nesses casos, um médico deve ser consultado.

Segundo relato de usuário que jogou, em primeira mão, Cyberpunk 2077, o game poderia desencadear ataques epilépticos. Em nota, a CD Projekt Red já anunciou que irá incluir um aviso e que trabalhará para resolver a questão

Fonte: The VergeGame Informer e MSN