Covid: nenhuma criança ou adolescente morreu em decorrência da vacina no Brasil
Por Fidel Forato | Editado por Luciana Zaramela | 28 de Abril de 2022 às 14h40
Mesmo após a autorização de uso de uma vacina contra a covid-19, as autoridades de saúde continuam a acompanhar se o imunizante pode causar alguma nova reação adversa nas pessoas, incluindo casos de morte. Segundo o Ministério da Saúde, nenhum óbito foi identificado em crianças e adolescentes após a imunização contra o coronavírus SARS-CoV-2 no Brasil.
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A análise da Saúde sobre os efeitos adversos das vacinas contra covid-19, incluindo possíveis óbitos, foi compartilhada no último boletim epidemiológico, divulgado na segunda-feira (25). O documento informa que 38 casos foram investigados por causa deste possível efeito adverso grave, mas não foi possível concluir a relação direta com o imunizante.
"Até o momento, não há registro de EAPV [Evento Adverso Pós-Vacinação] com desfecho óbito na faixa etária de cinco a menores de 18 anos com relação causal com as vacinas utilizadas confirmada", afirma o boletim.
Vale lembrar que, hoje, as vacinas contra a covid-19 estão liberadas para todos aqueles com 5 anos ou mais. Para a faixa etária infantil, está disponível a vacina da Pfizer e a CoronaVac (Butantan).
Análise de suspeitas de efeitos adversos e óbitos da vacina
Segundo a Saúde, foram registrados 3.463 casos de eventos adversos pós-vacinação em crianças e adolescentes de 5 a 17 anos entre a terceira semana de janeiro do ano passado e março deste ano. Aqui, é importante destacar que, de acordo com a pasta, "EAPV é qualquer ocorrência médica indesejada temporalmente associada à vacinação, não possuindo necessariamente uma relação causal com o uso de uma vacina ou outro imunobiológico". Em outras palavras, são classificadas também apenas suspeitas nesta categoria.
Apesar das cerca de 3 mil notificações, a maioria dos efeitos adversos foram sem gravidade para a criança vacinada. Desse total, 38 foram classificados como "eventos adversos graves com desfecho óbito", sendo que 36 estavam relacionados com a vacina da Pfizer. No entanto, após as análises, foi possível concluir que nenhum óbito foi associado com os imunizantes.
Complicações da covid em crianças
De um lado, as vacinas demostraram ser seguras para crianças e adolescentes. Do outro lado, a Saúde identificou que a covid-19 pode causar sérias complicações nos menores. Até o dia 16 de abril deste ano, foram notificados 2.927 casos suspeitos da SIM-P (Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica) associada à doença em pessoas de 0 a 19 anos.
Após análises dos relatos, foram confirmados 1.703 casos de SIM-P e outros 294 ainda estão em investigação. Infelizmente, 113 casos confirmados evoluíram para óbito do paciente. Uma das alternativas para evitar a condição é a imunização contra a covid.
O que é Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica?
Segundo a Saúde, "a SIM-P é uma complicação da infecção pelo SARS-CoV-2 na população de zero a 19 anos, caracterizada por uma resposta inflamatória tardia e exacerbada que, em geral, acontece dias ou semanas após a covid-19".
A condição é rara após a covid-19, mas é potencialmente grave. Isso porque grande parte dos casos em crianças e adolescentes necessita de internação em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). De forma geral, a complicação afeta diferentes órgãos e sistemas do organismo.
Além disso, o documento explica que foi observado "um aumento do número de casos de SIM-P no mês de janeiro de 2022", quando a variante Ômicron (BA.1) se tornava predominante no país. Na campanha de vacinação, as crianças com mais de 5 anos representam um dos últimos grupos a ser incluído.
Fonte: Ministério da Saúde