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COVID longa pode ter mais de 200 sintomas associados; entenda

Por| Editado por Luciana Zaramela | 16 de Julho de 2021 às 10h25

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 Bret Kavanaugh/Unsplash
Bret Kavanaugh/Unsplash

Para a ciência, a COVID longa ainda é, em muitos aspectos, um mistério. Isso porque o quadro se desenvolve quando o paciente não está mais infectado pelo coronavírus SARS-CoV-2, mas permanece com sequelas da doença. Agora, o maior estudo sobre o tema identificou que a condição pode ter relação com mais de 200 sintomas, a partir de questionários online respondidos por pacientes de mais de 55 países.

Publicado na revista científica EClinicalMedicine, o estudo observou que a COVID longa pode causar sintomas muito diferentes entre os pacientes, como névoa mental, sensação de zumbidos e cansaço. A condição pode afetar até 10 sistemas do corpo humano, como o nervoso. Além disso, o levantamento também concluiu que um terço dos sintomas pode afetar os pacientes por pelo menos 6 meses.

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Diante da complexidade da situação de alguns pacientes que desenvolveram a COVID longa, os cientistas britânicos propõem a criação de um programa de rastreamento da condição no Reino Unido. Isso porque as descobertas ainda precisam ser aprofundadas. 

Sintomas da COVID-19 de longa duração

Para o estudo, 3.762 voluntários que tiveram, inicialmente, a COVID-19, participaram. Vindas de 56 países, essas pessoas tiveram o quadro confirmado por exames ou uma suspeita da condição. No total, 203 sintomas foram rastreados, sendo que 66 deles já foram acompanhados por 7 meses.

Segundo os pesquisadores, os sintomas mais comuns foram: fadiga; mal-estar após algum tipo de esforço físico ou mental; e névoa mental. Além disso, foram identificados, significativamente, casos de pacientes que relataram: alucinações visuais; tremores; coceira na pele; alterações no ciclo menstrual; disfunção sexual; palpitações cardíacas; problemas de controle da bexiga; herpes zoster; perda de memória; visão turva; diarreia; e sensações de zumbido.

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Quanto tempo pode durar a COVID longa?

Para 2.454 dos voluntários entrevistados, os sintomas da COVID longa duram mais de seis meses. Inclusive, um grupo de pacientes relatou experimentar uma média de 13,8 sintomas durante o sétimo mês. Com o longo período do acompanhamento, foi possível que os pesquisadores observassem a progressão e a regressão dos sintomas.

“Depois de seis meses, a maioria dos sintomas restantes são sistêmicos — sintomas como desregulação da temperatura, fadiga, mal-estar após algum esforço — e neurológicos [afetando o cérebro, a medula espinhal e os nervos]”, explicou Athena Akrami, neurocientista da University College London e autora do estudo, para o jornal britânico The Guardian.

Cerca de 22% dos pacientes que participaram do estudo afirmaram que as atividades diárias foram afetadas pela COVID longa, principalmente o trabalho. Cerca de 45% solicitaram um horário de trabalho reduzido.

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Importância do acompanhamento 

Segundo os autores, o Reino Unido deveria adotar um programa nacional de triagem para rastrear esses indivíduos e acompanhá-los com maior precisão. “É provável que haja dezenas de milhares de pacientes longos com COVID longo sofrendo em silêncio, sem saber se seus sintomas estão relacionados à COVID-19", reflete Akrami. Ela própria sofre com as sequelas do coronavírus.

“Muitas clínicas de recuperação da COVID19 no Reino Unido se concentraram na reabilitação respiratória. É verdade que muitas pessoas têm falta de ar, mas também têm muitos outros problemas e tipos de sintomas que as clínicas precisam para fornecer uma abordagem mais holística”, completa a pesquisadora.

Para acessar o estudo completo sobre os sintomas e a duração da COVID longa, clique aqui.

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Fonte: The Guardian