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COVID-19 | Vacina Sputnik V pode ser produzida em massa no Brasil

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Cottonbro/Pexels
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Na corrida por uma vacina segura e eficaz contra o novo coronavírus (SARS-CoV-2), 11 vacinas já estão na última e terceira etapa de pesquisa antes da aprovação e distribuição em massa. Entre elas, está o imunizzante Sputnik V, desenvolvido pelo Instituto Gamaleya, sediado em Moscou. De acordo com o diretor do Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF), Kirill Dmitriev, o registro da vacina contra a COVID-19 deve ser apresentado em dezembro para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 

"Nós acreditamos que já em dezembro poderemos iniciar o fornecimento à América Latina, vamos produzir dezenas de milhões de doses de vacina já em dezembro […] para fornecimentos muito ativos serem iniciados em janeiro", afirmou Dmitriev, durante encontro virtual na última segunda-feira (19), em que abordou a cooperação do fundo com países latino-americanos para o combate à COVID-19.

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"Nós confirmamos que poderemos fornecer grandes volumes [da vacina] em dezembro deste ano. Vamos produzi-la no Brasil, Índia, Coreia do Sul, China e em mais um país", ressaltou Dmitriev. A Rússia também pretende firmar acordos comerciais com outros países na América Latina para produzir doses da vacina Sputnik V. Segundo Dmitriev, países como a Argentina, o Uruguai, Peru e México deverão produzir o imunizante contra a COVID-19.

Sputnik V no Brasil

No Brasil, dois estados já firmaram parcerias com o governo russo para a produção do imunizante contra a COVID-19. Nesse cenário, o governo da Bahia já realizou a compra de 50 milhões de doses da vacina que deverão ser entregues prontas. Após o primeiro momento de importação, a vacina russa deve ser produzida em parceria com a farmacêutica União Química. 

Além da Bahia, o governo do Paraná firmou acordo para produção nacional da vacina, onde acontecerá a transferência de tecnologia. Quanto ao Ministério da Saúde e planos de inclusão do imunizante em alguma campanha nacional, ainda não há definições. 

Vale lembrar que a vacina Sputnik V não é testada no Brasil e nem deu entrada na aprovação continuada para medicamentos com a Anvisa, como foi feito com a vacina de Oxford e a CoronaVac no Brasil. Em tese, esse procedimento pode acelerar a aprovação pela pasta, caso seja confirmado a segurança e eficácia, e posterior distribuição para a população. 

Distribuição da vacina russa

"Nós iremos apresentar esses resultados de fase 3 aos órgãos de controle em cada país onde firmamos acordos para disponibilizar a Sputnik V, e a velocidade com a qual esses acordos serão aprovados depende de cada órgão, mas esperamos que, devido à pandemia, esse processo seja acelerado para estarmos, até dezembro, prontos para iniciar a distribuição", explicou Dmitriev sobre a expectativa de uma ágil avaliação dos dados.

Segundo o coronograma russo para a distribuição dos imunizantes, a partir de janeiro devem ser enviadas as primeiras remessas com as doses das vacinas para os países na América Latina. Em 2021, o RDIF espera produzir 1,2 bilhão de doses da vacina, sendo 230 milhões somente para a América Latina, o que inclui o Brasil.

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Além de defender a segurança do imunizante, Dmitriev compartilha um fato curioso com o desenvolvimento da vacina. Isso porque alega ter recebido as doses da Sptunik V para sua imunização, assim como seus pais, que têm mais de 60 anos. "Pessoalmente, minha experiência com a vacina foi boa. Não tive efeitos sérios, tive um pouco de fadiga, mas nada que fosse muito forte. Meus pais não tiveram reações sérias", comentou.

Diferentes vacinas contra a COVID-19

Na pesquisa da vacina russa contra a COVID-19, um possível desafio para a Sputnik V deve ser a capacidade de imunização. Isso porque, em sua fórmula, são utilizados dois adenovírus humanos, o Ad26 e o Ad5, ambos conhecidos por causar um resfriado comum em humanos.  Como uma parte da população já pode ter contraído essas infecções, a imunidade pode ser reduzida. Entretanto, isso só será claro com a análise dos resultados da fase 3 da pesquisa.

Independente disso, esse ponto não deve ser um impeditivo para a inclusão da vacina no rol de imunizantes contra a COVID-19 disponíveis em diferentes países. "É importante que os países construam seus portfólios de vacinas incluindo pelo menos uma vacina de adenovírus, e nós acreditamos que a nossa vacina, por conter dois adenovírus distintos, é uma inclusão importante que vem mostrando bons resultados", completou Dmitriev.

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Fonte: Folha de S. Paulo, The New York Times e Sputnik News