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COVID-19 | Vacina de Oxford é segura e induz resposta imunológica contra o vírus

Por| 20 de Julho de 2020 às 14h00

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Nesta segunda-feira (20), cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, anunciaram os resultados duas primeiras fases de testes da imunização da candidata à vacina contra a COVID-19 que a universidade em questão está produzindo. Segundo esses resultados, a vacina é segura e induziu resposta imune no corpo dos voluntários. Enquanto isso, a terceira fase está acontecendo em vários países, inclusive no Brasil.

As fases 1 e 2 dos testes aconteceram ao mesmo tempo no Reino Unido, com 1.077 voluntários. De acordo com os resultados dessas fases, a vacina foi capaz de induzir a resposta imune tanto por anticorpos como por células T até 56 dias depois da administração da dose. Na ocasião, pesquisadores dividiram os participantes em dois grupos: 543 pessoas receberam a vacina experimental, e outras 534 receberam uma vacina de meningite.

Para chegar a essa informação, a resposta imune foi medida em laboratório. No entanto, por enquanto os especialistas ainda não têm conhecimento do quanto de resposta imune é necessária para combater a doença, e a vacinologista Sarah Gilbert, de Oxford, explicou que a eficácia da vacina ainda não foi testada em idosos.

A nova vacina de Oxford

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Dentre as reações causadas pela vacina, os especialistas notaram braço machucado, inchaço ao redor da injeção, febre e dores musculares, mas não houve efeito adverso sério ligado à vacina. "Precisamos de uma amostra maior para determinar completamente a segurança", disse Andrew Pollard, professor de pediatria na Universidade de Oxford.

“A nova vacina usa um vírus do resfriado comum (adenovírus) que infecta chimpanzés, que foi enfraquecido para não causar nenhuma doença em humanos e é geneticamente modificado para codificar a proteína spike (S) do Sars-CoV-2 (aquela que o coronavírus usa para invadir as células humanas). Isso significa que, quando o adenovírus entra nas células das pessoas vacinadas, ele também fornece o código genético da proteína S. Isso faz com que as células dessas pessoas produzam a proteína S, e ajuda a ensinar o sistema imunológico a reconhecer o vírus Sars-CoV-2", explicou o professor.

Soraia Smaili, reitora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), afirma que se tudo der certo, poderá ter o registro liberado em junho de 2021. Quanto aos voluntários, ao todo, 50 mil participam em todo o mundo. 10% deles se encontra no Brasil. Vale notar também que a Organização Mundial de Saúde (OMS) classificou a vacina de Oxford como a mais adiantada no mundo. Enquanto isso, várias outras instituições estão investindo no desenvolvimento de vacina e medicamentos contra a COVID-19. De acordo com a OMS, há 163 vacinas sendo testadas contra o coronavírus, sendo que 23 delas estão na fase clínica.

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"Não precisamos esperar por uma vacina"

Paralelo a tudo isso, também nesta segunda (20), o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanon, alertou que o mundo não precisa esperar por uma vacina para conseguir conter a pandemia. "Não precisamos esperar por uma vacina, podemos salvar vidas agora. Nenhum país conseguirá controlar sua epidemia se não souber onde está o vírus. O rastreamento de contatos é essencial para localizar e isolar casos, além de identificar e colocar em quarentena os seus contatos", afirmou.

Na mesma coletiva, o diretor de emergências da OMS, Michael Ryan, parabenizou os cientistas de Oxford, mas alertou que ainda há um longo caminho pela frente. "Este é um resultado positivo, mas novamente há um longo caminho a percorrer. Estes são os estudos da fase um, agora precisamos avançar para testes em larga escala no mundo real, mas é bom ver mais dados e mais produtos entrando nessa fase muito importante da descoberta de vacinas".

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Fonte: Washington Post via G1; G1