COVID-19 | Taxa de contágio volta a crescer no Brasil, diz estudo
Por Fidel Forato | 03 de Novembro de 2020 às 15h20
Mesmo que algumas regiões do globo tenham controlado o novo coronavírus (SARS-CoV-2), a pandemia ainda terminou. Na segunda-feira (2), foram registrados mais de 470 mil casos da COVID-19 no mundo, segundo a plataforma Worldometer. Nesse cenário, a taxa de transmissão do coronavírus — também conhecido como Rt ou taxa R — volta a crescer no Brasil, depois de cinco semanas de queda.
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De acordo com o monitoramento do Imperial College de Londres, no Reino Unido, divulgado ontem, a taxa R de transmissão do coronavírus está em 1,01 no Brasil. Pelas estatísticas do instituto, essa taxa pode ser maior (até Rt = 1,09) ou menor (até Rt = 0,92). Esses dados consideram a média das estimativas de mortes na comparação das duas últimas semanas.
Quando o Rt é superior a 1, cada infectado transmite a infecção para mais de uma pessoa e a COVID-19 avança. Com a taxa de 1,01, cada 100 pessoas infectadas pelo novo coronavírus conseguem transmitir a doença para outras 101 pessoas, ou seja, o número de doentes volta a crescer. Para evitar que esse índice cresça mais, é importante o rastreio de casos de pessoas infectadas e o isolamento desses casos.
Com esses dados, os cientistas apontam, em relatório, que "a notificação de mortes e casos no Brasil está mudando; os resultados devem ser interpretados com cautela", sem mais detalhes. Vale lembrar que, em agosto, a Rt do novo coronavírus no país caiu pela primeira vez para valores abaixo de 1, e permaneceu assim por algumas semanas.
Segundo levantamento feito pelo G1 com dados do Ministério da Saúde, foi observada uma queda nos testes no país entre agosto e setembro. De acordo com especialistas ouvidos para o estudo, esse pode ser um indicativo de piora na capacidade em identificar casos da doença e que favorece o aumento de infectados.
COVID-19 no Brasil
A partir dos dados disponibilizados pelas secretarias de saúde dos estados, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) atualizou os números da COVID-19 na segunda-feira, dentro do território nacional. São 5.554.206 casos diagnosticados para a COVID-19, sendo que a média móvel de novas notificações dos últimos sete dias é de 20.622.
No total, são 160.253 óbitos acumulados em decorrência da infecção causada pelo coronavírus, sendo que a média móvel de óbitos dos últimos sete dias é de 408 mortes. Com isso, a taxa de mortalidade no país é de 76,3 para cada 100 mil habitantes, enquanto a de incidência da infecção respiratória é de 2.643 para cada 100 mil pessoas.
Entre os estados, São Paulo registra os maiores números totais desde a chegada do coronavírus em fevereiro. São 1.117.795 casos da COVID-19 e 39.346 mortes acumuladas. No ranking, o segundo estado é Minas Gerais, com 360.830 casos e 9.047 óbitos, seguido pela Bahia, com 354.576 casos e 6.667 mortes.
Para acessar as estimativas mundiais das taxas de transmissão da COVID-19, desenvolvidas pela universidade Imperial College, clique aqui.
Fonte: Imperial College London, com informações do G1