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COVID-19 | Quais são os riscos proporcionados pela volta às aulas?

Por| 09 de Agosto de 2020 às 12h00

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Mladen Borisov/Unsplash
Mladen Borisov/Unsplash

Desde que a pandemia se estabeleceu, dividem-se opiniões e principalmente levantam-se questionamentos acerca da abertura de comércios e da volta às aulas. Atualmente, no Brasil, a maioria das escolas permanece fechada e sem previsão de reabertura. No entanto, no Rio de Janeiro, algumas escolas já retomaram suas atividades, com direito a processos na justiça contra a reabertura. Em São Paulo, o governo anunciou reabertura em 8 de setembro, mas ainda não está confirmado. Enquanto isso, o Reino Unido almeja retomar as aulas a partir de setembro, e alerta possibilidade de multa para pais que não levarem seus filhos à escola.

De acordo com a Unesco, 60% da população estudantil mundial está lidando com o fechamento de escolas, sendo que em abril estava em 90%. Diversos estudos já foram publicados, tendo como foco essa questão da abertura das escolas.

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Recentemente, uma pesquisa publicada na revista científica The Lancet Child & Adolescent Health apontou que escolas podem reabrir onde houver distanciamento social. Segundo o estudo, as escolas não foram grande foco de infecção de coronavírus, com apenas 25 escolas registrando casos em um universo de 7,7 mil instituições — ou seja, menos de 1%. Enquanto isso, professores e funcionários formam 10% da população escolar, 56% dos casos de COVID-19 registrados em escolas. A conclusão é que a transmissão de SARS-CoV-2 em ambientes educacionais pode ser mantida em baixo nível no contexto de uma resposta eficaz à epidemia.

Um estudo das agências de saúde pública da Suécia e da Finlândia também afirma que o contágio de crianças não foi significativo durante a pandemia, sendo relativamente baixo em pessoas de 1 a 19 anos, havendo raros casos de internação em UTI e nenhuma morte.

Por outro lado, uma pesquisa feita no Hospital Infantil de Cincinnati, no Estado americano de Ohio para a revista científica Journal of the American Medical Association (Jama) e publicada no mês passado analisou o fechamento de escolas em 50 estados do país entre março e maio, e indica que, após o fechamento das escolas, houve uma queda de 62% no número de casos e 58% no número de mortos — mas faz a ressalva de que outras medidas concomitantes contribuíram para esses percentuais.

Vale notar, também, relatos de surtos em escolas pelo mundo: na Nova Zelândia houve 96 casos. Começou com um professor contaminado, que teria espalhado o vírus para as demais pessoas. Já em Israel, uma escola de Jerusalém para alunos um pouco mais velhos teve 153 casos de estudantes e 25 professores contaminados em maio. Nos EUA, na Geórgia, 260 funcionários testaram positivo.

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Reabertura

Por enquanto, a questão da abertura ainda assola inúmeros países pelo mundo. No Reino Unido, a sociedade de pediatria alerta que a falta de aulas teria consequências graves para a saúde mental e desenvolvimento dos alunos, e que crianças que vivem em situação econômica mais frágil não têm condição de acompanhar aulas online.

Um estudo feito pela University College London e pela London School of Hygiene and Tropical Medicine e publicado na Lancet Child and Adolescent Health diz que se as escolas reabrirem em setembro, a segunda onda de coronavírus poderia atingir seu pico em dezembro, com intensidade 2,3 vezes maior do que a primeira onda. No entanto, essa segunda onda poderia ser impedida com rastreamento de contatos. Uma consequência na sociedade gerada pela reabertura das escolas seria que, com mais escolas abertas, mais pais poderiam retomar seus trabalhos, e isso provocaria um aumento na circulação de pessoas.

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Mas caso a reabertura aconteça, o órgão americano Centers for Disease Control and Prevention (CDCP) recomenda manter distanciamento social onde for possível e a constante higienização das mãos, além do uso de máscaras, principalmente quando as crianças são levadas para a escola em carros e ônibus.

Fonte: BBC