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Covid-19 pode causar danos persistentes a rins, coração e pulmões, diz estudo

Por| Editado por Luciana Zaramela | 25 de Maio de 2022 às 09h40

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Stephen Andrews/Unsplash
Stephen Andrews/Unsplash

Cientistas da University of Glasgow realizaram, entre 2020 e 2021, estudos de imageamento cardíaco e outros testes para verificar a prevalência de danos e sequelas em órgãos após a infecção por covid-19 em pacientes. Segundo os resultados, publicados no periódico científico Nature Medicine, pessoas hospitalizadas com covid desenvolvem problemas nos rins, coração e pulmão, diminuindo significativamente a qualidade de vida.

Segundo os pesquisadores, uma em cada oito pessoas desenvolve miocardite (uma inflamação no coração) após a doença, e a severidade dos sintomas que prevalecem parece estar ligada à severidade da própria infecção. A miocardite, entre outros sintomas, faz parte do que se convencionou chamar de "covid longa".

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Monitorando pacientes

Para estudar a condição, os cientistas observaram de perto 159 pessoas hospitalizadas com covid entre maio de 2020 e março de 2021, realizando exames de sangue, radiografias, tomografias e outros testes entre 28 e 60 dias após os pacientes receberem alta, além de oferecerem questionários.

Os resultados foram comparados aos de um grupo controle de 29 pessoas com idade, sexo, etnia e fatores cardiovasculares de risco semelhantes, e que não contraíram o vírus. Cerca de 13%, ou um em cada oito dos hospitalizados por covid tinha uma chance muito grande de desenvolver miocardite, enquanto apenas um do grupo controle apresentou a mesma condição, segundo os cientistas.

Isso, conforme a pesquisa, diminui muito a qualidade de vida no campo da saúde, aumenta a percepção de doenças e do nível de ansiedade e depressão, e leva a níveis mais baixos de atividade física. A chance de desenvolver miocardite se mostrou maior em profissionais de saúde e pessoas com doenças agudas nos rins, bem como nas que precisaram de ventilação invasiva durante a doença.

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Pacientes hospitalizados por conta do vírus também tiveram chances maiores de precisar de cuidados médicos após receber alta ou de ter sintomas consistentes com a covid longa, com mortes e re-hospitalizações sendo também mais altas neste grupo. Nota-se, no entanto, que poucos participantes do estudo estavam vacinados à época e que a presença de miocardite não foi avaliada em acompanhamentos posteriores.

Com o surgimento de variantes como a Ômicron e a vacinação em massa, especialistas apontam que os resultados poderiam ser diferentes ao repetir o estudo nos dias atuais. Tanto os pesquisadores responsáveis quanto outros cientistas, no entanto, reforçam a importância da vacinação e dos tratamentos desenvolvidos para reduzir o número de casos severos de covid-19 até o momento.

Fonte: Nature