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COVID-19 | OMS reconhece primeiro caso de reinfecção pelo novo coronavírus

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Tumisu/Pixabay
Tumisu/Pixabay

Nesta segunda-feira (24), um grupo de pesquisadores em Hong Kong, na China, relatou o primeiro caso confirmado de reinfecção pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2). A Organização Mundial da Saúde (OMS) também afirmou que é possível a reincidência da COVID-19, conforme divulgado.

“Um paciente, aparentemente jovem e saudável, teve um segundo caso de infecção da COVID-19, que foi diagnosticado 4,5 meses após o primeiro episódio”, afirmaram os pesquisadores da Universidade de Hong Kong, em nota. O relato pode ser um indício de que a imunidade do organismo contra o coronavírus seja temporária, de cerca de alguns meses, pelo menos para alguns casos. Essa descoberta pode implicar o desenvolvimento de vacinas contra a doença.

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OMS pede cautela

"O que entendemos é que pode ser um caso de reinfecção. É possível", comentou a líder técnica da OMS, Maria van Kerkhove, durante coletiva de imprensa da organização. "Penso que é importante colocarmos isso em contexto. Houve mais de 24 milhões de casos [da COVID-19] relatados até agora, e precisamos olhar para isso ao nível de população", completa Kerkhove sobre a situação que demanda cautela.

Isso porque já se sabe que todos os pacientes que contraíram a COVID-19 desenvolveram algum tipo de imunidade contra o coronavírus. "Mas não podemos pular para nenhuma conclusão, mesmo que esse seja o primeiro caso documentado de reinfecção", explica a líder técnica.

Entenda o caso de reinfecção

Durante a primeira infecção do coronavírus, o homem de 33 anos, de Hong Kong, apresentou apenas sintomas leves da COVID-19. No segundo caso, nenhum sintoma da infecção foi verificado. O quadro só foi percebido porque o paciente retornou de uma viagem à Espanha, quando fez o exame da COVID-19 por questões burocráticas.

Segundo os pesquisadores chineses, o vírus sequenciado (de uma amostra do organismo do paciente em questão) era muito parecido com a cepa que circulou na Europa em julho e agosto. “Nossos resultados provam que sua segunda infecção é causada por um novo vírus que ele adquiriu recentemente, em vez de uma disseminação viral prolongada”, pontua Dr. Kelvin Kai-Wang To, microbiologista clínico da Universidade de Hong Kong. Dessa forma, descarta-se a possibilidade de uma infecção duradoura, como alguns pacientes têm enfrentado.

Mais casos pelo mundo

Com milhões de casos da COVID-19 em todo o mundo, é provável que haja exceções ao padrão de imunização, depois de alguns meses da primeira infecção, alertam os especialistas chineses. Fora da China, médicos nos Estados Unidos já relataram casos de reinfecção pelo coronavírus, mas nenhum desses casos foi confirmado em testes rigorosos.

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No Brasil, a Universidade de São Paulo (USP) já relatou, na primeira semana de agosto, o possível caso de reinfecção de uma técnica de enfermagem do hospital universitário, em Ribeirão Preto. A mulher de 24 anos testou positivo duas vezes para a COVID-19.

Fonte: The New York Times