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COVID-19 mata mais de 2 mil pacientes em SP; estado tem pico de óbitos em 24h

Por| 28 de Abril de 2020 às 17h10

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Guilherme Gandolfi/Fotos Públicas
Guilherme Gandolfi/Fotos Públicas

Estado mais afetado pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) desde o início da epidemia no Brasil em fevereiro, São Paulo registra hoje (28) o maior número de mortes pela infecção em um único dia. Segundo dados da Secretária de Saúde de São Paulo, 224 mortes relacionadas à COVID-19 foram registradas nas últimas 24h. O número total de vítimas fatais chega a 2.049.

Em relação aos óbitos registrados, 728 dos pacientes residiam em cidades do interior, litoral e Grande São Paulo, por onde a doença tem crescido com força para além da capital. Até o momento, mais de 140 municípios já contam com pelo menos um óbito em decorrência da infecção.

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Além disso, quase metade dos municípios em São Paulo já registra casos confirmados da COVID-19. Das 645 cidades do estado, 305 já tiveram pelo menos um caso da doença. Entre os 24.041 casos confirmados, 8.644 dos infectados moravam fora da capital paulista.

Atualmente, há 3.124 pacientes em UTI e 4.927 em enfermaria no estado. Segundo as autoridades de saúde, há crescimento de um ponto percentual na taxa de ocupação dos leitos de UTI para pacientes com a COVID-19. Nesta segunda, a taxa está em 61,6% no Estado de São Paulo e em 81% na Grande São Paulo.

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Risco no interior

Em coletiva de imprensa sobre a epidemia nesta terça, o infectologista David Uip, coordenador do Centro de Contingência, alertou para a maior disseminação do coronavírus no interior do estado, onde também são importantes as medidas de contenção adotadas pelo Governo, como a quarentena.

“[A pandemia no interior] está atrasada em relação ao município de São Paulo e à área metropolitana em mais ou menos duas semanas. Por quê? Por conta das medidas de isolamento social que foram adotadas precocemente no Estado de São Paulo. Isso fez com que houvesse uma contenção”, defendeu Uip.

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“Existe uma sensação no interior de que ele é protegido [contra o coronavírus], como se algo que acontece aqui na capital não fosse acontecer no interior. E isso de fato não é real”, argumentou o professor da Faculdade de Medicina da Unesp, Carlos Fortaleza, que é também integrante do Centro de Contingência em São Paulo.

Para acompanhar a evolução de casos e óbitos da COVID-19 no estado, o governo de São Paulo alimenta diariamente ferramenta com os dados e estatísticas da doença respiratória. Para acessar a plataforma, clique aqui. Além disso, é também atualizada, todo dia, a taxa de isolamento social, que está em 48%. Para conferir essa taxa, clique aqui.

Estatísticas das mortes

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Entre os óbitos do estado, são 1.189 homens e 860 mulheres. Além disso, as mortes seguem concentradas em pacientes com 60 anos ou mais. Esse grupo de risco, os idosos, totaliza 74,7% das mortes pela COVID-19.

Em análise, a mortalidade é maior entre 70 e 79 anos (521 do total), seguida por 60-69 anos (453) e 80-89 anos (408). Também faleceram 150 pessoas com mais de 90 anos. Fora desse grupo de idosos, há também alta mortalidade entre pessoas de 50 a 59 anos (260 do total), seguida pelas faixas de 40 a 49 (156), 30 a 39 (76), 20 a 29 (17) e 10 a 19 (7), e um com menos de dez anos.

Além disso, os principais fatores de risco associados à mortalidade são cardiopatia (60,1% dos óbitos), diabetes mellitus (43,6%), doença renal (12,1%), pneumopatia (11,6%), e doença neurológica (11,3%). Outros fatores identificados são imunodepressão, obesidade, asma e doenças hematológica e hepática. Esses fatores de risco foram identificados em 1.687 pessoas que vieram a óbito por COVID-19, representando 82,3% do total.

Fonte: Estado de São Paulo